O expressivo número de casos de demissão voluntária nos Estados Unidos, após período de pandemia, ocorre com semelhança no Brasil, mas com uma diferença: o perfil dos demitidos. Nos EUA, os desligamentos voluntários acontecem em diversas áreas e níveis educacionais. Enquanto no Brasil, elas estão mais focalizadas em profissionais com ensino superior completo.
Funcionários mais jovens pedem mais demissão
A predominância dos pedidos de demissões ocorre especialmente com trabalhadores mais jovens e que atuam no modelo remoto de trabalho. Esse é um movimento que tem sido liderado pelos profissionais de até 30 anos. Funcionários que estão cansados do modelo atual de trabalho, às vezes com trabalhos pouco flexíveis e de organogramas verticais.
Demissões refletem esgotamento desse modelo de trabalho
De acordo com Dr. Anthony Klotz, psicólogo organizacional da Universidade Texas A&M, “Esse acontecimento denominado “grande demissão”, ocorrido após a pandemia nos Estados Unidos, é o resultado inevitável do esgotamento generalizado dos funcionários. São demissões adiadas durante a incerteza da COVID e que revelam uma busca de melhor equilíbrio entre vida profissional e pessoal. Além disso, os trabalhadores procuram manter a autonomia obtida com o trabalho remoto”, enfatizou o especialista.
Trabalho precisa ofertar sentido para vida
Conforme Dr. Klotz são reflexões que levarão a mudanças importantes na vida de cada indivíduo. “Quem somos como funcionários e trabalhadores é uma parte muito importante de quem somos como pessoas. Dificuldades trazidas pela pandemia fizeram muitas pessoas se questionarem, sobre o que dá a elas propósito de felicidade e o sentido para vida”, salientou.
Modelo não oferece atratividade e impacta nas demissões
Como resultantes dessas incompatibilidades e insatisfações no trabalho, temos muitos trabalhadores que pedem demissões. Enquanto outros permanecem mesmo sem motivações, e outra parte fica esperando o melhor momento para sair da empresa.
Múltiplas causas para demissões e insatisfações no trabalho
São muitas causas que impactam para mudanças no mercado de trabalho. Muitos buscam respostas para compreender as interfaces dos novos modelos e os perfis de trabalhadores. E perguntas continuam sendo feitas sobre as razões de tantos pedidos de desligamentos nas empresas. – Terá sido o trabalho remoto com impactos da pandemia? Foi o retorno presencial? É o despreparo dos gestores? São os salários que não são atrativos? Falta de oportunidades e reconhecimentos? – Ainda existem muitos questionamentos, entretanto a verdade é que os modelos tradicionais de trabalho perderam atratividade. Isso acontece no Brasil e nos Estados Unidos.
Demissões com profissionais de maior escolaridade
É importante destacar que as demissões voluntárias no Brasil, representam 48% dos encerramentos de contrato, entre os profissionais com maior escolaridade. De outro modo, entre trabalhadores, sem o ensino fundamental completo, essa taxa é de 25%. Entre profissionais de informática, a taxa é ainda maior: entre os desligamentos, os voluntários foram 65%.
Nos Estados Unidos, salários crescem menos que inflação
Salientando que os salários nos EUA tiveram declínio acentuado. As remunerações não acompanham a inflação e o mercado está escasso no número de vagas. Muitos trabalhadores não têm escolha e aguardam um momento melhor para pedir demissão.
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