A educação e treinamento é uma das 10 habilidades e conhecimentos associados às profissões com maior demanda, segundo o relatório The Future Skills (acesse o relatório, aqui) .
O estudo traz uma lista do que será tendência para Estados Unidos e Reino Unido e pode servir como pista do que vai influenciar o mercado de trabalho brasileiro de 2030.
Esse estudo já nos aponta o que estamos percebendo em todo o mercado de trabalho nos tempos atuais no mundo e no Brasil.
As mudanças nos sistemas produtivos nos estimulam em uma busca constante de capacitação para que possamos acompanhar todo o desenvolvimento tecnológico dos mercados que atuamos profissionalmente. O profissional não poderá usufruir somente dos conhecimentos adquiridos no ensino regular, ou seja, educação básica, ensino médio e ensino superior.
Diante desta nova realidade surge uma grande pergunta a ser respondida: Será que adultos aprendem como crianças?
É fato que adultos e crianças apreendem de formas diferentes e isto é um fator que deve ser levando em consideração, quando se fala do estimulo à capacitação profissional, cujo conhecimento é o alicerce para toda vida profissional. Nesse cenário, os processos de capacitação e os conceitos andragógicos devem ser constantemente aperfeiçoados.
Andragogia é uma palavra de origem grega, cujos núcleos andros e gogos significam, respectivamente, adulto e educar. Numa tradução livre exprime o entendimento que expressa educação ou ensino para adultos. Desta feita, a educação para adultos não deve ser baseada nos princípios pedagógicos tradicionais e sim nos pilares andragógicos.
A educação corporativa, voltada para formação profissional, deve privilegiar um aprendizado que seja aplicável, claro e relevante, assim atender aos seguintes princípios andragogicos:
- Necessidade de saber:Os adultos precisam saber qual a necessidade de aprender e o que eles ganharão no decorrer do processo de aprendizagem.
- Autoconceito do aprendiz: Os adultos são responsáveis por suas vidas e decisões, portanto precisam ser encarados e tratados como indivíduos capazes de fazer suas próprias escolhas.
- Papel das experiências: Os adultos possuem experiências prévias e elas devem ser a base do aprendizado.
- Prontidão para aprender: Os adultos ficam mais dispostos a aprender quando o conteúdo parece ser útil em seu dia a dia, ou seja, quando o conhecimento tem a finalidade de ajudá-los a enfrentar os desafios cotidianos.
- Orientação à aprendizagem: Os adultos aprendem melhor quando a aprendizagem é orientada para os fatos, aplicabilidade e resultados.
- Motivação: Os adultos respondem bem quando fatores motivacionais entram em cena, como por exemplo, a satisfação, qualidade de vida, autoestima e afins.
Fixadas essas premissas, o dilema é saber como criar um sistema de capacitação nos ambientes corporativos que observem a esses 6 princípios?
Umas das alternativas que há é estimular um aprendizado ativo, através de processo de “gameficação”.
Um jogo, por exemplo, de perguntas e respostas sobre questões que você deve aprender no seu ambiente profissional, pode estimular o adulto no estudo constante para responder a essas questões.
A medida que o participante interage e acerta os questionamentos propostos, o mesmo recebe uma pontuação e ingressa numa espécie de ranqueamentos. De acordo com nível de acertos, aqueles melhores ranqueados passam a ser premiados ou concorrer a inúmeros prêmios, que podem ser estruturados em um amplo espectro: dinheiro, viagem, reconhecimento social entre outros.
Capacitar constantemente os profissionais é uma necessidade e continuará sendo, conforme aponta o estudo The Future Skills até 2030, o desafio é engajar os adultos para esse desafio de forma a mantê-los motivados constantemente.
Autores: Miqueas Liborio de Jesus e Editon Volpi Gomes, editores do Blog.