A transparência fiscal tem ganhado destaque na administração pública como um dos principais instrumentos para combater a corrupção e melhorar a gestão. Segundo a pesquisa Escala Brasil Transparente – Avaliação 360º, divulgada pela Controladoria-Geral da União (CGU) em 2022, apenas 27% dos municípios brasileiros atingiram o nível considerado alto em transparência ativa. Esses dados mostram o quanto ainda é preciso avançar para garantir uma gestão mais clara e acessível à população.
Nas cidades inteligentes, a transparência fiscal é um requisito básico. Essas cidades integram tecnologia, inovação e participação social para oferecer serviços mais eficientes. E tudo isso só funciona bem quando a população tem acesso fácil aos dados públicos. A transparência permite que os cidadãos compreendam como o dinheiro está sendo gasto e contribui para decisões mais acertadas por parte dos gestores.
Gestão transparente reduz desperdícios e aumenta a eficiência
De acordo com o estudo “Panorama da Transparência Pública no Brasil”, realizado pela Open Knowledge Brasil em 2021, muitos municípios ainda falham em divulgar informações básicas como gastos com saúde e educação. Em cidades inteligentes, essa realidade está mudando. Sistemas digitais permitem o monitoramento contínuo das contas públicas, diminuindo falhas e melhorando a eficiência da gestão. A transparência fiscal, quando bem aplicada, contribui para a redução de desperdícios e aumenta o controle social.
Cidades inteligentes investem em portais de dados abertos
Um levantamento feito pelo Instituto de Tecnologia e Sociedade (ITS Rio) aponta que cidades que investem em portais de dados abertos têm maior engajamento da população. Isso reforça que a tecnologia, quando aliada à transparência fiscal, transforma a relação entre governo e cidadão. Em cidades inteligentes, esses portais mostram arrecadação, contratos, despesas e metas fiscais em tempo real, permitindo uma fiscalização mais efetiva por parte dos auditores e da sociedade.
Transparência fiscal melhora a participação popular
Segundo o Instituto Ethos, em parceria com a Transparência Internacional, cidades com maior grau de transparência têm índices mais altos de participação cidadã. Isso significa que, ao saber onde e como os recursos são aplicados, a população se sente mais segura para opinar e participar das decisões públicas. Nas cidades inteligentes, essa participação é parte essencial do modelo de governança.
Ferramentas digitais aumentam o acesso à informação
O governo federal, por meio do Portal da Transparência, oferece um exemplo de como plataformas digitais podem ajudar na divulgação dos gastos públicos. Municípios que seguem esse modelo se aproximam do conceito de cidade inteligente, ao garantir acesso rápido, gratuito e claro às informações fiscais. Assim, gestores se tornam mais eficientes e ganham credibilidade com a sociedade e com órgãos de controle.