O controle da poluição visual nas cidades brasileiras nos últimos 20 anos

por Grupo Editores Blog.

A poluição visual está diretamente ligada à falta de equilíbrio e organização do ambiente. A desarmonia causada pela poluição visual é um fator que afeta diretamente a qualidade de vida da comunidade. 

Primeiramente, é preciso mencionar que excesso de elementos e a falta de cuidado na preservação provoca a degradação visual da paisagem, afetando o dia a dia das pessoas que são, por longos períodos de tempo, expostas a esse tipo de poluição, mesmo sem perceber.

O que pode parecer uma simples degradação do meio ambiente, pode ser poluição visual, muito embora até hoje ainda não seja tão levada a sério ao ponto de ser vista como um dos motivos que dão origem a problemas de saúde. 

Esse desequilíbrio causado por uma paisagem artificial atinge seus a população de forma direta, causando até mesmo efeitos psicológicos de difícil diagnóstico. 

O excesso de informações contidas em placas, muitas vezes, com alto grau de luminosidade, se une a outros elementos como a poluição sonora, poluição ambiental e o próprio estresse, gerando assim um dos males da sociedade contemporânea.

Importante destacar que um dos maiores responsáveis pelo aumento da poluição visual nas grandes cidades, sem dúvidas, é o crescimento do mercado consumidor, que tem se tornado cada vez mais competitivo.

O que é poluição visual?

Entre as fontes de poluição visual podemos mencionar:

  • Mídias conhecidas como outdoor, totem, backlight, frontlight, painel digital ou eletrônico, o triedro e fachadas;
  • Aglomerações permanentes de pessoas em áreas restritas da cidade como calçadões, aeroportos e estações de metrô;
  • Recipientes de lixo expostos abertamente em lugares públicos;
  • Favelas carentes de organização urbana e arquitetônica;
  • Grafites e pichações;
  • Postes de fiação aérea como os de telefonia, iluminação e tv a cabo;
  • Monumentos mal conservados;

A poluição visual gera consequências à toda comunidade, pois ela impossibilita a percepção e a observação da paisagem. 

Hoje existem leis que legislam sobre o problema e punem através de ordens administrativas, cuja função é fazer com que o agente poluidor responda por seus atos, já um ambiente ecológico equilibrado é um direito de todos.

Desafios causados pela poluição visual

O elevado número de cartazes publicitários nos espaços urbanos como outdoors, placas, cartazes, telões, painéis eletrônicos, faixas e luzes, causam cansaço e irritabilidade.

Além disso, também podem lesar a comunidade com a oferta excessiva de produtos inacessíveis à maioria da população – como moradias e carros luxuosos -, que têm contato diário com aquela propaganda.

De acordo com estudos, a poluição visual é um dos mais importantes fatores de distresse atualmente, pois em média 85% das informações do meio ambiente são processadas através do sistema visual.

Um estudo realizado em Campina Grande, na Paraíba, sobre a poluição visual e os seus malefícios, concluiu que um dos problemas do excesso de publicidade visual é a perda da naturalidade do meio urbano.

Prédios e monumentos considerados históricos vão perdendo a sua importância por ficarem escondidos pela grande quantidade de materiais publicitários

Além disso, em relação à saúde da população da cidade, houveram diversos relatos de sintomas sofridos, desde mal-estar e cansaço, até dores de cabeça, após um longo período de exposição visual às cores fortes e excesso de letreiros das publicidades.

Por fim, o maior problema é que, devido à competitividade no mercado consumidor, existe uma ideia errônea de que quanto maior, mais colorido e mais chamativo este apelo, maior será o retorno financeiro.

Porém, isso tem custado o bem-estar visual da população que circula e vive no entorno desses ambientes. 

Metrópole brasileira busca redução da poluição visual

Muitas cidades, aos poucos, têm compreendido os efeitos nocivos da poluição visual e tem buscado alternativas para reduzir os danos causados. São Paulo é uma dessas cidades.

A cidade criou a Lei Cidade Limpa (lei 14.223), que visa  uma cidade com uma paisagem mais harmônica e natural.

Essa lei busca atacar a poluição visual e a degradação ambiental através de proibições de anúncios publicitários nos lotes urbanos como muros, coberturas e laterais de edifícios.

E também a publicidade em carros, ônibus, motos, bicicletas, etc, buscando, dessa forma, preservar a memória cultural e histórica da cidade e também facilitar a visualização das características das ruas, avenidas, fachadas e elementos naturais da cidade.

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6 comentários

Conheça a história da primeira favela do Brasil - AAFIRP 21 de fevereiro de 2023 - 10:10

[…] o tempo foi passando, a palavra “favela” foi se tornando sinônimo para uma triste realidade habitacional brasileira refletida nos dados do IBGE que mostra que mais de 10 milhões de pessoas vivem em favelas no […]

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Conheça a história da primeira favela do Brasil - Simplifica Já 21 de fevereiro de 2023 - 18:17

[…] o tempo foi passando, a palavra “favela” foi se tornando sinônimo para uma triste realidade habitacional brasileira refletida nos dados do IBGE que mostra que mais de 10 milhões de pessoas vivem em favelas no […]

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Participação cidadã e governo aberto nas cidades inteligentes - Simplifica Já 29 de março de 2023 - 22:19

[…] também tem uma política de dados abertos, tornando públicos dados sobre transporte, orçamento, meio ambiente e outras […]

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Participação cidadã e governo aberto nas cidades inteligentes - AAFIRP 30 de março de 2023 - 13:26

[…] também tem uma política de dados abertos, tornando públicos dados sobre transporte, orçamento, meio ambiente e outras […]

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Poluição zero: alcançando metas ambientais através do monitoramento urbano - Blog do AFTM 6 de fevereiro de 2024 - 18:31

[…] dados permitem identificar as fontes de poluição e avaliar a eficácia das medidas adotadas para reduzi-las. Além disso, o monitoramento contínuo […]

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Poluição zero: alcançando metas ambientais através do monitoramento urbano - AAFIRP 7 de fevereiro de 2024 - 13:43

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