Maratona de tecnologia contra corrupção reúne programadores e universitários em Ribeirão Preto.

por Grupo Editores Blog.

 

Programadores, empreendedores, estudantes de economia e tecnologia se reúnem neste último final de semana em Ribeirão Preto (SP) no “3º HackRibeirão contra a corrupção”, uma maratona de programação e desenvolvimento de soluções para o monitoramento da gestão pública.

 

Cerca de 60 participantes estão “imersos” no Supera Parque, no campus da USP, buscando resolver problemas reais relacionados ao controle de contratos e gastos públicos, seja por meio de propostas de negócios, produtos, serviços, programas ou aplicativos.

 

“É uma oportunidade para o cidadão de bem criar soluções e auxiliar a sociedade de maneira rápida e eficaz, ou seja, com o uso da tecnologia. O cidadão pode ter na palma da mão o combate à corrupção”, diz o universitário Antônio do Valle, um dos organizadores.

 

Os jovens participam em duas categorias. Uma delas discute a “corrupção nos processos licitatórios e compras públicas”, com propostas de soluções tecnológicas para identificar fraudes e a falta de transparência na gestão.

 

Outro grupo de trabalho está debruçado sobre o desenvolvimento dos “sistemas de denúncia no âmbito municipal”, buscando aproximar o cidadão do poder público.

 

Estudante de economia, Renan Rocha desenvolve um projeto para aperfeiçoar os canais de denúncia. Nesse aplicativo, o cidadão poderá detalhar em qual departamento foi identificada a suposta fraude, quem são as pessoas envolvidas e o valor supostamente desviado.

 

“É muito simples fazer uma denúncia, dizer ‘estão roubando a prefeitura’. Mas, quando você direciona onde é esse roubo, ou se é um desvio, você consegue facilitar a ação de fiscalização, da Promotoria, de uma série de órgãos para melhorar essa informação”, explica.

 

Também estudante de economia, Gabriel Brito se dedica a desenvolver um sistema de controle dos gastos públicos, em que seja possível identificar de forma clara e rápida onde cada centavo da uma determinada prefeitura está sendo investido.

 

“A ideia é que toda a população tenha acesso a esses gastos. Por isso, a nossa intenção é justamente criar um aplicativo para que a pessoa, na palma da mão, saiba em tempo real onde esses gastos estão sendo aplicados”, afirma.

 

Integrante do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) do Ministério Público, o promotor Leonardo Romanelli palestrou aos competidores, destacando as dificuldades que enfrenta nas investigações dos casos de corrupção.

 

“A gente acha fabulosa a participação, a invasão da juventude na fiscalização da coisa pública. Isso reflete um Brasil muito mais amadurecido, em que os mais jovens participam, se preocupam, querem vivenciar o controle social”, afirmou.

 

Romanelli também abordou a importância do envolvimento da sociedade no combate à corrupção e disse que canais de denúncia mais eficientes contribuem com as investigações, sejam elas do Ministério Público ou das polícias Civil e Federal.

 

“A corrupção é um problema muito antigo, talvez tenha vindo com o descobrimento do país, está enraizada na nossa cultura. Quanto mais cedo as pessoas começarem a participar, quanto mais amplos forem os instrumentos, mais cedo a gente vai se livrando desse câncer”, disse.

 

Fonte: G1.

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