Representando apenas 2% da arrecadação total do Imposto Sobre Serviços (ISS) no Recife, o segmento de tecnologia tem muito a crescer e conta justamente com o ISS como aliado para atração de empresas à capital pernambucana. No Porto Digital (PD), parque tecnológico da cidade – e um dos mais importantes do País – a alíquota do ISS cobrada a quem instala seu negócio na região do bairro do Recife, Santo Antônio, Santo Amaro e parte da Boa Vista é a mínima (2%).
Nos anos de 2017 e 2018 pelo menos 56 empresas entraram no Porto Digital. Nos 18 anos desde a sua fundação já se somam 318 negócios. Embora o número represente um ambiente de estímulos a novos negócios, no ranking dos maiores contribuintes de ISS da cidade ainda são poucas as empresas de serviços tecnológicos que figuram nas principais posições, a exemplo da Accenture e da Avantia (35º).
“O Porto Digital teve um crescimento muito rápido nos últimos 18 anos, saímos de duas para mais de 300 empresas. Foi um processo muito constante, e a nossa meta agora é dobrar o tamanho do parque nos próximos cinco anos. O Porto já é grande, mas ainda há muito de crescimento e diversificação. Temos de empresas pequenas, como algumas startups, à empresas de grande porte. Na verdade, agora a gente está atrás não apenas de empresas do segmento de TI (Tecnologia da informação), mas em busca de grupos econômicos grandes”, diz o novo presidente-executivo do Porto Digital, Pierre Lucena.
Assumindo a gestão do PD este mês, Lucena quer que empresas dos mais diversos segmentos, que tenham pelo menos uma “área de inovação interna” sejam atraídas para o polo tecnológico. “Iremos buscar esses grupos e tentar fazer com que eles tenham alguma coisa relacionada ao Porto Digital. A pergunta é ‘por que sua área de inovação não está no Porto Digital?’, temos uma mão de obra de alta qualidade e um excelente parque tecnológico. O que já estamos fazendo é articulação com empresas de São Paulo, aproximando-nos de outros setores. O que estou vislumbrando é o setor de saúde”, afirma.
As empresas instaladas no Porto Digital movimentam algo em torno de R$ 1,7 bilhão em 2018 e empregam cerca de 9 mil pessoas. As missões internacionais do PD já alcançam o total de 35 viagens e reuniões com instituições estrangeiras em 20 países. “No caso do polo de TI, há, além da ilha do Recife Antigo, o território expandido. O bairro do Recife começou a ficar pequeno frente à necessidade de novos investimentos. A alíquota reduzida tem tornado o município mais competitivo mas, além disso, há investimento na educação, formando mão de obra para alimentar esse polo”, justifica o secretário de Finanças do Recife, Ricardo Dantas.
Fonte: JC on line.