O IBGE divulgou recentemente o resultado de um estudo que avalia a performance da economia brasileira no departamento de cultura. Os dados, referentes a 2018, apontam que esse segmento ocupa 5,2 milhões de pessoas, sendo mais da metade mulheres (50,5%), brancas (52,6%) e com idade inferior a 40 anos. De 2014 para cá o segmento vem registrando redução na taxa de empregados com carteira assinada: 45% dos trabalhadores do ramo eram CLT em 2014; contra 34,5% em 2018. No entanto, houve aumento na quantidade de pessoas que começaram a trabalhar por conta própria: de 32,5% para 44%.
Vamos falar sobre a movimentação do setor?
Em 2018 ele movimentou R$ 226 bilhões, o que reflete em um gasto médio das famílias, mensal, de R$ 282. Enquanto as famílias com renda bruta de até R$1,9 mil ao mês comprometem R$ 82 por mês aos gastos com atividades de cultura, as famílias com renda acima de R$ 23 mil destinam em média R$ 1443 mil por mês com as mesmas.
Outro dado relevante apontado pelo estudo do IBGE é que cada vez mais as livrarias estão sumindo dos centros urbanos.
Em 2001, 42,7% das cidades brasileiras (2.374) contavam com no mínimo uma livraria. Em 2018, no entanto, somente 17,7% dos municípios (ou seja, 985 deles) contam com esse tipo de empreendimento.
E veja só que curioso: a pesquisa também mostrou que o número de cidades com videolocadoras é mais alto do que aquelas com livrarias. Atualmente, 23% dos municípios brasileiros ainda têm videolocadoras. Ficou surpreso(a) com essa informação? Nós também.
De acordo com o presidente da ANL (Associação Nacional de Livrarias) o dado reflete uma transformação cada vez mais expressiva de hábitos de consumo, que começou com o surgimento da internet. Ele ressalta ainda que as livrarias estão concentradas em estados onde há maior concentração de renda, como Rio de Janeiro, São Paulo e Minas Gerais. A região Norte, que ocupa mais de 50% do território nacional, por exemplo, possui apenas 4% das livrarias do país.
Por fim, o estudo também mostrou que a porcentagem de cidades que perderam suas bibliotecas públicas também aumentou de 2014 para cá. Antes, 97,1% delas tinham bibliotecas públicas, contra 87,7% agora.
Agora você já conhece um pouco mais sobre a real condição do Brasil no que diz respeito ao acesso à leitura.
Fonte: Grupo Editores do Blog.