Em meio ao crescimento acelerado das cidades e ao aumento exponencial da produção de resíduos sólidos, a gestão de lixo tornou-se um dos maiores desafios urbanos do século XXI. As consequências de uma gestão inadequada são visíveis: lixões a céu aberto, contaminação de lençóis freáticos, proliferação de doenças e impactos ambientais irreversíveis. No entanto, uma solução tecnológica, oriunda do universo financeiro, surge como uma promessa revolucionária para este cenário: o blockchain.
Para muitos, o termo “blockchain” ainda é associado exclusivamente às criptomoedas, como o Bitcoin. No entanto, essa tecnologia vai muito além. Trata-se de um registro digital, descentralizado e imutável, que permite rastrear e registrar transações de forma segura e transparente. Ou seja, é exatamente essa característica que a torna uma ferramenta potencialmente transformadora para a gestão de resíduos sólidos.
Blockchain na gestão de resíduos: rastreabilidade e transparência
Um dos maiores desafios na gestão de resíduos é garantir que o lixo coletado nas cidades seja destinado corretamente. Muitas vezes, por falta de fiscalização ou por práticas inadequadas, os resíduos acabam em locais impróprios, causando danos ambientais e sociais. Assim, com o blockchain, cada etapa do processo, desde a coleta até a destinação final, pode ser registrada e verificada por qualquer interessado.
Imagine um cenário onde cada saco de lixo, ou cada carga de resíduos, possui um código QR único. Ao ser coletado, esse código é escaneado e sua localização e status são registrados no blockchain. Logo, qualquer desvio de rota, qualquer tentativa de descarte em local não autorizado, ficaria registrado e seria facilmente identificável.
Incentivos e economia circular
Outra aplicação promissora do blockchain na gestão de resíduos é a criação de sistemas de incentivo. Por meio de tokens ou criptomoedas, cidadãos poderiam ser recompensados por práticas sustentáveis, como a separação correta de resíduos ou a entrega de materiais recicláveis em pontos de coleta. Então, esses tokens poderiam ser trocados por serviços, produtos ou até mesmo dinheiro, incentivando uma economia circular e sustentável.
Integração e eficiência são benefícios do blockchain na gestão de resíduos
A descentralização do blockchain permite a integração entre diferentes entidades envolvidas na gestão de resíduos: prefeituras, empresas de coleta, recicladoras, ONGs e a própria população. Desse modo, todos teriam acesso a uma plataforma única, transparente e segura, facilitando a coordenação e otimização dos processos.
Além disso, a automatização de certos processos, como a verificação de destinação correta ou a emissão de certificados de reciclagem, poderia reduzir custos e aumentar a eficiência da gestão de resíduos.