Um dos principais problemas da maioria dos 5.500 municípios brasileiros é serem de pequeno porte, ou seja, que têm até 20 mil habitantes, e que muitas vezes não conseguem uma arrecadação de impostos que permita manter a máquina pública funcionando eficientemente e ainda ter dinheiro para injetar na economia local.
Os municípios são hoje, muitas vezes, o principal meio de assegurar que os cidadãos tenham acesso aos seus direitos, seja por lei, seja para suprir obrigações estaduais ou federais que não são cumpridas. Apesar das vantagens desse modelo de garantir maior autonomia aos municípios, este sistema comporta também algumas desvantagens, que na prática são fragilidades dele.
Isso equivale a dizer que os cidadãos não são devidamente atendidos. E, com a ideia de implementar na gestão pública os conceitos de competência, eficiência e transparência utilizados na gestão de organizações privadas, corrente em evidência no Brasil desde pelo menos a primeira década do século XX, isso fica ainda mais evidente, aumentando a raiva do cidadão comum contra o serviço público.
Aqui vamos discutir um dos principais problemas da falta de eficiência da gestão pública: o baixo capital humano. Então, continue lendo!
O baixo capital humano
Esta expressão se refere, muitas vezes, à falta de preparo de funcionários públicos de muitos órgãos em exercer as funções que se espera deles – costuma-se usar como exemplo que em muitas municipalidades a maioria deles não tem ensino superior, mas a questão não se resume a isso, pois:
– mesmo pessoas com grande saber técnico na sua área podem por exemplo não ser as mais produtivas ou não saber lidar com pessoas, seja as que têm que atender ou seus colegas. Afinal, competências inter ou intrapessoais ou eficiência no trabalho não podem ser avaliadas nas provas escritas dos concursos públicos. Em outras palavras, não é porque uma pessoa ocupa um cargo que ela se dará bem em todas as suas funções, coisa que também deveria ser avaliada durante o período de experiência;
– há os que se acomodam no cargo, que garante estabilidade até a aposentadoria, e não procuram se manter atualizados. Essa estabilidade também não mede os funcionários por sua eficiência nem há plano de carreira;
– uma das maiores dificuldades costuma ser cumprir as leis referentes à transparência, uma vez que os funcionários que deveriam cumpri-las podem não estar familiarizados com elas ou com sua importância para os cidadãos, não querem prestar contas dos seus dados, os dados são cronicamente passados incompletos ou desatualizados ou o acesso à Internet na localidade é mais difícil.
Fonte: Grupo Editores do Blog.