É inegável e incontestável que a pandemia da Covid-19 vai provocar efeitos sociais e econômicos nunca antes registrados na história da humanidade.
Associada às milhares de vidas humanas perdidas em todo o planeta, a retração da atividade econômica impacta em diversos setores, aumentando o desemprego com a perda de postos de trabalho.
Ao mesmo tempo, relações de trabalho e de comércio entre países serão abaladas, assim como novos desafios sobre o uso da tecnologia vão se apresentar com mais intensidade.
Outro desafio que já se apresenta e vai ganhar ainda mais proporção após o fim desta pandemia diz respeito à área da gestão pública.
Quais as lições que os gestores públicos poderão tirar deste período? Que novas competências vão ser exigidas da gestão pública diante de situações adversas?
Globalização
É certo que jamais houve uma pandemia desta proporção em um mundo tão globalizado e interconectado como o atual.
Pessoas e informações circulam com uma velocidade fora de controle, tornando os efeitos da pandemia do coronavírus mais destrutivos ainda.
Este efeito destrutivo coloca em perspectiva o quão capazes são os gestores atuais de conduzir o poder público a uma administração eficiente e produtiva.
As habilidades demonstradas para se atingir políticas exitosas de gerenciamento da crise ou as fragilidades da estrutura de gestão no amparo à população ficam mais expostas em momentos como este.
Neste contexto, os agentes públicos precisam substituir, com celeridade, o empirismo na tomada de decisões por iniciativas públicas com bases científicas e comprovadas.
Já está provado que medidas fundamentadas apenas pelo senso comum são mais propensas a resultarem em recursos públicos desperdiçados, agravando os custos sociais.
Gestores públicos podem tirar como lição da pandemia a necessidade de serem mais velozes na tomada de posição. Podem ainda focar mais no investimento em inteligência, no sentido de reunir recursos e agregar segmentos sociais para aumentar a produtividade da máquina pública.
Exige-se do novo gestor público a capacidade de dirigir a sua administração com firmeza, racionalidade e preparo.
Períodos de pandemia carregam ainda consigo outras lições a serem absorvidas ou não por administradores.
Uma delas diz respeito ao contingenciamento. Gestores públicos precisam ser capazes de gerenciar este campo de ação, muito frequente em casos como o atual, com relevância e eficiência.
Os bons administradores públicos devem sempre exercitar suas imaginações para prever cenários e traçar as melhores estratégias, com muito planejamento.
Quem está em funções decisórias de gestão pública precisa se antecipar, na medida do possível, às eventuais crises que vão surgir.
Crises estas que podem ser de natureza orçamentária, política, social ou de saúde, por exemplo.
A área da saúde sobretudo representa um ponto estratégico da gestão pública.
Seja em qual for a esfera de uma administração, alcançar bons índices de saúde atesta a eficiência de uma gestão.
É dela que se esperam grandes resultados e uma estrutura que seja capaz de enfrentar cenários de contingência.
Para isso, é fundamental haver sistemas consistentes e sólidos de planejamento da saúde pública, capazes de antecipar cenários e dotados de financiamentos continuados e estruturados.
Também se apresenta como lição para a gestão pública moderna a importância de se investir em recursos de tecnologia da informação, alinhando amplos sistemas de comunicação em rede para otimizar os serviços prestados à sociedade.
Fonte: Grupo Editores Blog.