Para a ciência, essa é a forma de gastar dinheiro que mais traz felicidade

por Grupo Editores Blog.

 

Uma frase popular costuma dizer que “dinheiro não traz felicidade”. Será mesmo? Sabemos que é difícil afirmar algo assim com tanta certeza, já que vivemos inseridos em uma sociedade de consumo e mesmo necessidades básicas, como comprar comida, dependem de dinheiro.

 

Estudos, inclusive, já se propuseram a entender a relação do dinheiro com a felicidade. Um deles, por exemplo, publicado na revista Proceedings of the National Academy of Sciences (PNAS), fez um experimento simples, com 300 pessoas, dando a parte delas cerca de 10.000 dólares para gastar.

 

O resultado (talvez óbvio), foi que o grupo endinheirado relatou maiores níveis de felicidade após os três meses gastando o dinheiro recebido do que aqueles que não receberam nada. Não parece ser novidade para a gente, né? Aposto que você também se sentiria feliz com essa bolada…

 

Mas outras pesquisas também mostraram que a forma como se gasta o dinheiro (e não só o fato de ter para gastar) também importa – e existe um jeito de gastá-lo que permite experimentar mais felicidade. Quer saber qual é? Explicamos a seguir!

 

Essa é a forma de gastar dinheiro para ter felicidade

 

Um outro estudo, publicado no portal científico ResearchGate, tentou entender qual era a forma de gastar dinheiro que mais traria felicidade. “Embora muitas pesquisas tenham examinado o efeito da renda na felicidade, sugerimos que a maneira como as pessoas gastam seu dinheiro pode ser pelo menos tão importante quanto quanto dinheiro elas ganham”, diz um trecho da pesquisa.

 

A hipótese que eles analisaram era a de que gastar dinheiro com outras pessoas pode ter um impacto mais positivo na felicidade do que gastar dinheiro consigo mesmo. Ou seja, a felicidade dependia também do compartilhamento dessa renda com quem se gosta. E essa hipótese, de fato, ficou comprovada após a conclusão do estudo.

 

“Descobrimos que gastar mais da renda de alguém com os outros previa maior felicidade. Os participantes que foram aleatoriamente designados para gastar dinheiro com os outros experimentaram maior felicidade do que aqueles designados para gastar dinheiro consigo mesmos”.

 

Essa é uma conclusão interessante, que vai contra a lógica de que somente os gastos voltados para alimentar nossas necessidades são importantes. Segundo a psicóloga Lizandra Arita, da Clínica Mantelli, isso tem uma explicação.

 

“Gastar dinheiro com aqueles que amamos vai além do simples ato de comprar algo: é uma forma de fortalecer os laços afetivos e de criar memórias positivas. Quando investimos em experiências ou presentes para pessoas queridas, estamos, na verdade, investindo em nossos relacionamentos”.

 

O gasto com os outros deve seguir algumas “regrinhas”

Esses gestos de generosidade, segundo a especialista, reforçam nosso senso de conexão e propósito. “Do ponto de vista psicológico, faz total sentido. As relações são uma das maiores fontes de felicidade e bem-estar. Quando gastamos dinheiro para fazer alguém feliz, sentimos que estamos contribuindo positivamente para a vida daquela pessoa, o que, nos faz sentir mais realizados”.

 

Porém, ela alerta que, para esse ato ser fonte de felicidade, é preciso ter atenção à forma com que se gasta esse dinheiro. “É importante ressaltar que a quantidade de dinheiro não é o fator principal: o que realmente importa é o propósito por trás do gasto”, fala Lizandra.

 

Ela lista alguns cuidados para se atentar antes de sair por aí comprando presentes para todo mundo:

 

  • Expectativas e ressentimento: “se o ato de gastar com os outros estiver inconscientemente ligado a expectativas de reciprocidade ou de aprovação, pode gerar ressentimento quando essas expectativas não são atendidas”

 

  • Autossabotagem: “gastar compulsivamente para agradar os outros pode estar relacionado a padrões inconscientes de busca de validação externa, prejudicando o equilíbrio emocional e financeiro”

 

  • Culpa e ansiedade: “se não for bem administrado, o ato de gastar pode desencadear sentimentos de culpa ou ansiedade, especialmente se houver um impacto negativo nas finanças pessoais, criando um ciclo emocional negativo”

 

A psicóloga faz questão de ressaltar que esses aspectos indicam a importância de estar consciente dos motivos e emoções ligados ao comportamento de gastar dinheiro com os outros, para garantir que ele realmente promova bem-estar genuíno e sustentável.

 

“De qualquer forma, em uma sociedade em que o consumo pessoal é amplamente incentivado, essa perspectiva do estudo em questão oferece uma abordagem mais humana e conectada para lidar com o dinheiro”, acrescenta Lizandra Arita. 

 

Para ela, essa prática não só nos conecta com as pessoas que são importantes para nós, mas também reforça os laços que tornam a vida significativa. “Em última análise, a verdadeira riqueza pode estar na felicidade que compartilhamos e não apenas no dinheiro que acumulamos”.

 

Fonte: https://www.minhavida.com.br/materias/materia-24825

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