O Brasil atingiu a marca de 100 mil mortos pelo novo coronavírus em 8 de agosto de 2020. Publicada semanalmente, esta série do ‘Nexo’ em cinco capítulos aborda os aspectos sanitários, econômicos, políticos e sociais de um tempo que mistura cálculo e incerteza.
Foram quase dois meses entre a descoberta do novo coronavírus na China, em dezembro de 2019, e o primeiro caso de infecção no Brasil, em fevereiro de 2020. No mês seguinte, com o mundo já em estado de pandemia, o país registrou sua primeira morte. A crise sanitária de grandes proporções que já se espalhava pela Europa e pelos Estados Unidos, porém, ainda não tinha atingido em cheio a América do Sul.
Com um histórico de respostas bem-sucedidas a epidemias como as de febre amarela, HIV e zika, o Brasil tinha a seu favor o SUS, sistema de saúde que, apesar de suas deficiências, garante assistência médica gratuita a 210 milhões de pessoas. Dispunha ainda da estrutura do Saúde da Família, maior programa de atenção primária do mundo que atende a dois terços
dos brasileiros.
Mas o país acabou se tornando um exemplo internacional de má gestão após cinco meses de pandemia, registrando nesse período o segundo maior número de casos e mortes no mundo pela covid-19 (doença causada pelo novo coronavírus), atrás apenas dos Estados Unidos.
A resposta brasileira ao vírus ficou marcada pelo negacionismo e o anticientificismo adotados pelo presidente Jair Bolsonaro. Mais preocupado com os efeitos econômicos da pandemia, o governo federal atuou para enfraquecer as medidas de isolamento e distanciamento social e apostou em medicamentos que a ciência já mostrou serem ineficazes contra a infecção, como a hidroxicloroquina.
Simultaneamente, o Ministério da Saúde, comandado interinamente por um general do Exército desde maio — após a demissão de dois ministros médicos num intervalo de menos de 30 dias —, deixou de cumprir seu papel de coordenar uma política nacional com os estados e municípios. Nesse contexto, a pandemia se estabilizou desde junho com uma média diária de mais de mil mortes e, em agosto, após mais de 100 mil vidas perdidas, ainda não dá sinais de arrefecer.
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