O Brasil ainda está longe de garantir direitos iguais para mulheres em seus municípios. Segundo o estudo “Piores Cidades Para Ser Mulher”, nenhuma cidade brasileira atingiu um bom índice de igualdade de gênero. Ou seja, mesmo com avanços pontuais, a realidade continua marcada por desigualdades profundas. A maioria falha na proteção das mulheres e no acesso a direitos básicos. Violência, desigualdade salarial e baixa participação política seguem sendo realidade em quase todas as regiões do país.
Esses dados mostram que a falta de políticas públicas eficazes agrava ainda mais os riscos enfrentados pelas mulheres. Em outras palavras, o poder público local ainda não responde de forma suficiente. A maioria das mortes violentas ocorre dentro de casa, com armas brancas e por parceiros ou ex-parceiros. Assim, para mudar esse cenário, é essencial repensar a forma como os municípios atuam. Cidades inteligentes podem ser o caminho para enfrentar esses desafios com soluções práticas, integradas e voltadas à inclusão.
Ranking revela onde ser mulher é mais difícil no Brasil
O levantamento da Tewá 225 mostrou que cidades como Paranaguá (PR), São Pedro da Aldeia (RJ) e Camaçari (BA) têm os piores índices. Nessas localidades, além da alta violência, há baixa participação feminina na política e no mercado de trabalho. Logo, o ambiente urbano torna-se hostil para as mulheres, que encontram mais barreiras do que oportunidades. O problema está em todos os cantos: Norte, Sul, Sudeste e Nordeste. Em comum, a ausência de políticas públicas voltadas às mulheres.
Dessa forma, as cidades inteligentes podem ajudar a mudar esse quadro. Com dados integrados e gestão digital, é possível monitorar a violência em tempo real e oferecer respostas mais rápidas. Ou seja, a tecnologia deve ser usada para proteger e incluir, não apenas para modernizar a máquina pública.
Violência contra mulheres ainda é ignorada por muitas prefeituras
A falta de estrutura municipal para atender mulheres vítimas de violência é um dos principais problemas. Em muitas cidades, não há delegacias especializadas, nem casas de acolhimento. Assim, as vítimas ficam desamparadas e vulneráveis. Isso coloca as mulheres em risco e aumenta o número de feminicídios. Segundo o Anuário Brasileiro de Segurança Pública, 1.492 mulheres foram assassinadas em 2024.
Cidades inteligentes podem usar plataformas digitais para denunciar casos de violência, rastrear reincidências e identificar áreas de risco. Dessa forma, fortalece-se a atuação das prefeituras e amplia-se o acesso das mulheres à rede de proteção. Em outras palavras, é possível salvar vidas com o uso inteligente da informação.
Liderança feminina nas prefeituras traz avanços para as mulheres
O número de prefeitas aumentou em 2025. São 727 cidades com mulheres no comando, o que abre espaço para uma gestão mais sensível às questões de gênero. Ou seja, quando as mulheres lideram, as demandas femininas ganham mais visibilidade. Exemplos como Aracaju e Olinda mostram que a presença feminina na liderança faz diferença.
Assim, cidades inteligentes lideradas por mulheres tendem a adotar soluções mais inclusivas. Isso inclui ações de mobilidade urbana segura, acesso à saúde da mulher, creches, capacitação profissional e campanhas de combate à violência. Em outras palavras, são administrações que pensam com empatia e estratégia.
Políticas públicas voltadas às mulheres mostram resultados
Programas como o “+Iguais” e o “Mulher Viver +” ajudam a estruturar políticas de igualdade de gênero nos municípios. O projeto de lei que propõe o “Selo Cidade Mulher” é outro exemplo positivo. Ele estimula as prefeituras a criarem políticas de proteção, inclusão e valorização das mulheres. Logo, iniciativas assim devem ser fortalecidas em todo o país.
Cidades inteligentes que investem em governança digital conseguem avaliar melhor os resultados dessas políticas. Ou seja, com dados confiáveis e transparência, é possível ampliar o impacto das ações e garantir que cheguem a quem mais precisa. Dessa forma, a igualdade deixa de ser promessa e passa a ser prática.
Participação política e igualdade salarial ainda são desafios
A maioria das câmaras municipais ainda tem menos de 30% de vereadoras. Além disso, as mulheres ganham menos que os homens em 68% das cidades analisadas. Em outras palavras, ainda há um longo caminho a percorrer. A desigualdade está enraizada e exige medidas concretas para mudar essa realidade.
Assim, cidades inteligentes devem incluir metas de igualdade salarial e paridade política em seus planos de governo. O uso de dados abertos e indicadores de desempenho pode ser um diferencial para medir o avanço das políticas públicas. Logo, é possível promover mudanças reais e duradouras.