A crise financeira dos últimos anos ainda reflete nas decisões de investimentos dos Municípios brasileiros, que precisam destinar recursos para áreas prioritárias. Nesse cenário, pesquisa da Confederação Nacional de Municípios (CNM) mostra que, em 2020, pelo menos 43% das cidades não investiram em eventos de carnaval, embora tais festas tradicionais no país costumassem receber o apoio municipal. A maioria das gestões afirma que os recursos serão realocados, especialmente, em saúde, educação e infraestrutura.
No total, a pesquisa coletou respostas de 3.922 Municípios, o que representa 70,4% dos 5.568 existentes no Brasil. Assim, ainda pode ser maior o número de locais que não aportarão recursos na festividade. Na amostra, por exemplo, 61,4% das prefeituras — 2.410 — disseram que não destinaram verba para o carnaval. Desses, quase todos (1.956) pontuaram que o motivo é que a gestão local possui outras prioridades — 770 afirmaram ainda falta de recursos.
Quando questionados sobre onde a verba será realocada, os Municípios responderam: saúde (1.718), educação (1.374), infraestrutura (1.084), outros eventos culturais (937), funcionalismo municipal (480), fornecedores (429) e outras despesas (306). A prefeitura, nesse caso, pôde escolher mais de um item na resposta.
Entre os 1.431 (34,6%) que vão dar suporte ao carnaval, a maioria apoiará com infraestrutura (1.210), segurança (1.092) e recurso financeiro (1.082). Os Municípios que vão investir financeiramente estimam gastar, em média, R$ 179.391,63. No ano passado, os Entes locais pesquisados responderam que gastaram, em média, R$ 166.168,81 com os festejos.
A CNM analisa o cenário da economia brasileira mais estável, embora de forma tímida, com inflação e taxa de juros mais baixas e com projeções de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB). Assim, espera-se que, nos próximos anos, os gestores municipais possam decidir pela aplicação de recursos e mais investimentos em eventos como o carnaval. Isso é importante porque, para muitos Municípios, as festividades aquecem a economia local, o que resulta em aumento na geração de empregos e na arrecadação de impostos.
Em 2019, a retomada econômica foi bastante lenta, refletindo nas finanças públicas municipais. Os gestores, portanto, tiveram que agir com muita cautela para organizar os orçamentos. Por isso, muitos governos locais retiraram o apoio ao carnaval em 2020. É importante destacar ainda que grande parte dessa situação se deve à redução dos repasses de recursos federais e estaduais e à queda de arrecadação de tributos somadas ao aumento de responsabilidades no atendimento à população.
Fonte: https://www.bemparana.com.br/