Estima-se que ao menos 75,3% dos lares brasileiros tenham dívidas. Isso significa que, para criar cidadãos mais conscientes de suas finanças, é necessário que as escolas ofereçam aos seus estudantes projetos que abordem a questão da educação financeira.
A educação financeira está entre os temas frequentemente sugeridos para compor a Base Nacional Comum Curricular, tanto para o fortalecimento da cidadania, quanto para ajudar a população a tomar decisões financeiras mais autônomas e conscientes.
Entender sobre finanças possibilita ao indivíduo desenvolver os valores e as competências necessárias, tornando-o mais consciente das oportunidades e riscos financeiros envolvidos nas transações.
Atualmente, a inadimplência é mais alta exatamente entre os jovens, que não sabem lidar com o dinheiro.
Por esse motivo é tão necessário não apenas levar educação financeira para as escolas, mas também conceitos de economia, de modo que os alunos entendam o mundo em que vivem.
A falta de entendimento sobre o tema pode vir a se tornar um empecilho para acesso a boas oportunidades, além do fato de que um equilíbrio na vida financeira aumenta o nível de bem-estar.
Uma sociedade bem informada consegue realizar melhores escolhas, isso é fato.
Isso significa que o acesso ao conhecimento de economia no ensino fundamental e médio pode não só contribuir para uma vida mais equilibrada, como pode tornar as disciplinas mais significativas, formando uma conexão entre a escola e o dia a dia.
Importância da Educação Financeira no contexto contemporâneo
Especialistas de diversos setores, como a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico, têm voltado sua atenção para a importância da educação financeira.
Tanto na União Europeia quanto na Austrália os governos determinaram que a educação financeira deve fazer parte do currículo do ensino médio.
Brasil, Colômbia, Índia, Indonésia e Uganda são países em desenvolvimento que também estão buscando introduzir este tema no seu currículo.
Estima-se que ao menos 80% das famílias brasileiras possuam dificuldade para chegar até o final do mês com seus recursos.
Se no passado, o consumo se voltava à aquisição de bens sólidos e duráveis, hoje o consumo é pautado pelo desejo e pela tendência ao consumo instantâneo, sendo esse um ambiente desfavorável ao planejamento e ao investimento.
Cidades que incluíram Educação Financeira no currículo escolar
- São José – SC: A rede municipal de ensino de São José busca sanar essa demanda através do Programa Aprender Valor, desenvolvido pelo Banco Central. O projeto de educação financeira irá atender do 1º ao 9º ano nos Centros Educacionais e as tratativas para o início já começaram.
- Osasco – SP: A cidade tem uma parceria com o Sebrae para a “Educação Empreendedora”, projeto que inclui educação financeira.
- Barueri – SP: Em Barueri, desde 2019, a educação financeira é tema das aulas na rede municipal, onde os alunos aprendem conceitos como economia, planejamento financeiro e princípios contábeis.
- São Roque – SP: Por meio de uma parceria com o Instituto Brasil Solidário, o tema é ensinado através de jogos como Piquenique, um jogo de tabuleiro, e Bons Negócios, um jogo de cartas, exercitando nos alunos as habilidades de poupar, empreender e investir o próprio dinheiro.
- Vargem Grande Paulista – SP: Na cidade os alunos de 1° ao 5° ano das escolas municipais aprendem educação financeira por meio do “Projeto Banco +”.
Nesse projeto o tema é abordado juntamente à disciplina de matemática, incentivando nos alunos os gastos equilibrados e senso crítico sobre os produtos vendidos.
Os estudantes ainda contam com materiais didáticos e interativos sobre o tema.
- Cajamar – SP: Por fim, em Cajamar, estudantes do 1º ao 9º ano das “Escolas do Futuro”, já possuem as aulas de educação financeira, que proporciona aos alunos a chance de desenvolver habilidades e competências que sejam úteis ao administrar recursos financeiros, ensinando como e porque poupar e a importância do planejamento financeiro.
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