A vida em home office permitiu às pessoas saírem dos grandes centros urbanos para viver e trabalhar (de casa) de qualquer lugar, seja uma cidade litorânea ou um pequeno município do interior. Atentos a essa nova realidade, três países vão pagar para as pessoas que quiserem se mudar para o interior. A proposta é que essas migrações movimentem as economias de regiões mais remotas, revitalizando comunidades rurais.
Portugal está oferecendo até 4.800 euros para trabalhadores da União Europeia e outros locais. É um valor que cobre os gastos com o aluguel anual em uma cidade pequena. Em troca, a pessoa precisa concordar em ficar no novo local por ao menos um ano. A Irlanda vai introduzir um o esquema semelhante, e tem a proposta de converter 400 cinemas de áreas rurais em desuso em espaços de coworking com internet de qualidade. Já o estado australiano de Nova Gales do Sul espera atrair negócios para suas áreas rurais reembolsando as empresas com 10 mil dólares australianos por funcionário. A ideia é que esse dinheiro ajude com custos de mudança.
Segundo o Fórum Econômico Mundial (WEF, na sigla em inglês), atualmente, 55% das pessoas vivem em áreas urbanas e esse número pode chegar a 70% em 2050. Para Adam Ozimek, economista trabalhista da plataforma freelancer Upwork, a próxima fase do trabalho remoto irá transformar as economias à medida que mais empresas revisam suas políticas para acomodar funcionários que mudaram permanentemente para trabalhar remotamente. São pessoas que, durante a pandemia, se mudaram para lugares que sempre quiseram morar, mas não podiam antes por conta do trabalho. Em entrevista ao WEF, Ozimek comentou que a maioria das mudanças que viu foram movimentos de distância relativamente próximos. “Mas eu realmente acho que isso é apenas a ponta do iceberg”, disse ele. Ele pontua, no entanto, que ainda é difícil assumir o compromisso de fazer as malas e se mudar para algum lugar onde possa não haver tantas oportunidades no mercado de trabalho – se o acordo de trabalho remoto com o empregador é temporário. “O que realmente precisamos é de mais certeza.” Ele acredita que as pessoas querem fazer esses movimentos de longa distância. “Fizemos uma pesquisa em novembro de 2020 onde perguntamos às pessoas se estavam pensando em se mudar por causa do trabalho remoto e 40% disseram que se mudariam quatro horas ou mais de carro de onde trabalham”, disse. Para ele, há uma demanda insatisfeita: as pessoas querem se mudar para lugares de menor custo, querem se mudar para lugares menos densos, querem se mudar para mais longe. “As pessoas ainda não estão fazendo isso em grande número, mas acho que veremos isso.”
FONTE: https://valor.globo.com/carreira/noticia/2022/05/15/com-a-possibilidade-do-home-office-3-paises-pagam-para-as-pessoas-se-mudarem-para-o-interior.ghtml
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[…] aplica” para o apoio das comunidades, em comparação com aproximadamente 45% dos indivíduos de países com renda mediana mais […]
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