Quase um terço dos pais de estudantes da rede pública considera o turno integral como prioridade na educação municipal, segundo pesquisa da Fundação Itaú e Datafolha. Esse modelo de ensino, que amplia o tempo dos alunos na escola, surge como resposta a uma necessidade urgente: melhorar a qualidade do aprendizado e, ao mesmo tempo, permitir que mães e responsáveis possam trabalhar com mais tranquilidade.
A demanda por mais tempo nas escolas também reflete um desejo claro da população por cidades inteligentes. Municípios que investem em ensino de tempo integral não apenas melhoram os índices de educação, mas também promovem inclusão social e desenvolvimento econômico sustentável. O avanço dessa política pública, portanto, deve ser visto como estratégico para transformar a realidade de famílias e cidades brasileiras.
Mais tempo na escola melhora aprendizado e reduz desigualdades
De acordo com o levantamento nacional, 56% dos pais acreditam que o tempo atual na escola é insuficiente para o bom aprendizado. Além disso, 72% veem o turno integral como importante para ajudar os filhos a se relacionarem melhor, planejar o futuro e desenvolver habilidades socioemocionais.
A expansão do tempo escolar já tem resultados positivos em diversas cidades. Segundo dados do Ministério da Educação, estudantes do ensino fundamental que passam mais tempo na escola têm desempenho até 40% melhor em português e matemática. Isso acontece, em parte, porque o tempo extra é usado para reforço escolar, atividades culturais e orientação de estudos. Tudo isso contribui para a redução da evasão escolar e da desigualdade de oportunidades.
Mães no mercado de trabalho ganham mais autonomia com turno integral
A ampliação do turno integral é vista por muitas mães como essencial para que possam manter seus empregos ou buscar novas oportunidades. Com os filhos ocupados na escola em tempo integral, essas mulheres conseguem equilibrar melhor as responsabilidades familiares e profissionais.
Segundo o IBGE, 47% das mulheres que estão fora do mercado de trabalho citam o cuidado com os filhos como motivo principal. Em cidades inteligentes, que oferecem educação integral, a presença feminina na economia local aumenta, gerando impacto direto na renda familiar e na economia municipal. É um ciclo positivo que começa na sala de aula e chega até o orçamento das famílias.
Prefeituras devem investir em infraestrutura e formação docente
Apesar da demanda crescente, apenas 27% dos alunos do ensino fundamental frequentam escolas de turno integral, segundo o Censo Escolar 2023. Para ampliar esse número, gestores precisam investir em infraestrutura, materiais pedagógicos e formação dos professores.
É papel das prefeituras liderar esse movimento, priorizando recursos para garantir escolas preparadas para a jornada estendida. Cidades inteligentes estão à frente nesse processo, pois reconhecem que o investimento em educação de qualidade traz retornos sociais e econômicos de longo prazo.