O que podemos esperar quando falamos de Smart Cities em 2023? Já sabemos que as inovações ligadas ao setor de cidades inteligentes não param de crescer por aqui e no restante do mundo.
Não é à toa que o Smart City Expo Congress Barcelona 2022 reuniu grandes empresas multinacionais (como Microsoft e LoRa Alliance, por exemplo), além de negócios de diversos países e continentes, incluindo Ásia, Europa, EUA e América Latina (e é claro que o Brasil não ficou de fora dessa).
Quando falamos de tendências para 2023, em primeiro lugar, é preciso entender como as coisas funcionam do ponto de vista legal.
Desde 2021, tramita na Câmara dos Deputados o Projeto de Lei n° 976, que Institui a Política Nacional de Cidades Inteligentes (PNCI) e busca “estimular o desenvolvimento no Brasil das chamadas cidades inteligentes, que aproveitam tecnologias de última geração na gestão do espaço urbano e no relacionamento com os cidadãos”.
O Projeto de Lei já passou pelas primeiras etapas de aprovação e falta apenas uma etapa para que saia da Câmara dos Deputados e seja levado ao Senado Federal.
Se for aprovado em 2023, é provável que as primeiras mudanças comecem a acontecer ainda neste ano, ou seja, veremos uma aceleração das cidades inteligentes em nível nacional e investimentos ainda maiores no segmento.
E por onde será que esta mudança vai começar? Bom, neste caso é interessante analisarmos o Ranking Connected Smart Cities, que recentemente mapeou quais são as cidades mais inteligentes do país, considerando 75 indicadores de desempenho diferentes.
Em primeiro lugar, ficou a gigante São Paulo, seguida por Florianópolis e Curitiba. Apesar do destaque para metrópoles, cidades menores que as capitais mostraram o seu potencial e também ficaram entre as Top 10. Vimos São Caetano do Sul (SP) e Niterói (RJ) conquistando o sexto e o nono lugar, respectivamente.
A classificação destes municípios deixou claro que qualquer cidade pode ser uma smart city, independentemente de seu tamanho e população, e é isso que devemos ver em 2023 – cidades de todos os portes adotando soluções inteligentes.
E o que são, na prática, cidades inteligentes? Espaços inteligentes são aqueles que usam a tecnologia como ferramenta de otimização.
Nas indústrias, o monitoramento inteligente pode prevenir acidentes e identificar pessoas; no comércio, pode ajudar a evitar roubos e ajudar a compreender o comportamento do consumidor; nas cidades, é possível monitorar e otimizar a vida urbana.
Por exemplo, você sabia que, na capital paulista, segundo a prefeitura de São Paulo, o tempo de espera por uma ambulância em ocorrências graves é de aproximadamente 24 minutos? Nos casos menos graves, essa espera pode ser de duas horas.
Agora imagine uma câmera que funciona em conjunto com um sistema de inteligência artificial e pode detectar bloqueios de trânsito, analisar a velocidade dos veículos e inclusive já identificar pela placa o nome do proprietário do veículo, além da quantidade de pessoas circulando para ajudar na tomada de decisões.
Com certeza, acidentes poderiam ser evitados, atendimentos médicos seriam solicitados diretamente pelo sistema, sem que uma testemunha precisasse ligar para o SAMU ou a polícia, agilizando o pedido de socorro e mais: ambulâncias e viaturas seriam orientadas a escolher os melhores caminhos em tempo real, com escolhas feitas da forma mais eficaz possível por um sistema que coleta e analisa milhares de dados sobre tráfego em tempo real.
Isso é o que chamamos de cidades inteligentes. E o mais interessante é que a tecnologia já está disponível e acessível no Brasil.
Ao invés de termos câmeras de CCTV tradicionais, é possível utilizar Inteligência Artificial, Machine Learning e Big Data Analytics junto às mesmas para facilitar processos cotidianos, gerando tanto a infraestrutura inteligente quanto serviços públicos inteligentes.
E mais, além de monitorar o trânsito, também ajuda na segurança enviando alertas sobre atividades suspeitas e vigilância em geral (com parâmetros que ajudam a verificar ações sobre objetos abandonados, limpeza, distanciamento social, face analytics para espaços públicos, entre outras possibilidades).
São aplicações como esta que vão proporcionar mais segurança, sustentabilidade, praticidade e outras melhorias para as cidades brasileiras e seus cidadãos em 2023.
Acredito muito no potencial que o mercado brasileiro tem de otimizar o tempo e a qualidade de vida nos ambientes urbanos e é isso que veremos neste ano, conforme a Inteligência Artificial, o Machine Learning e o Big Data Analytics forem conquistando espaço e contribuindo para o desenvolvimento das cidades inteligentes por todo o país.
*Por Eduardo Vargas, business development manager da Graymatics no Brasil.
Fonte: http://www.baguete.com.br/noticias/25/01/2023/tendencias-para-smart-cities-em-2023