São Mateus: A cidade histórica que foi lar de índios e africanos

por Grupo Editores Blog.

Além de ser o oitavo município mais antigo do país, São Mateus também é o sétimo mais populoso do Estado do Espírito Santo. Além disso, a cidade é conhecida pela sua história relacionada a um tema sensível: a escravidão brasileira.

Fundado em 21 de setembro de 1544, a cidade foi se tornar independente somente em 1764. Inicialmente chamava-se Povoado do Cricaré, mas posteriormente foi rebatizado para o nome de São Mateus, pelo padre José de Anchieta.

São Mateus é considerada a cidade com a maior população afrodescendente do estado devido ao fato de que, até a segunda metade do século XIX, o Porto de São Mateus era uma das principais portas de entradas de africanos escravizados do país.

Antes do início da colonização portuguesa, a região onde hoje é São Mateus era habitada por índios aimorés. População essa que frustrou as tentativas dos padres jesuítas de tentar catequizá-los.

Conforme relatado por Afonso Brás, primeiro missionário do Estado do Espírito Santo, em sua carta de 1551, após receberem o batismo os índios fugiam, retornando às suas crenças e costumes.

O porto de São Mateus foi um dos que mais recebeu africanos escravizados no Brasil. Entre 1863 e 1887 foram negociadas um total de 606 pessoas na cidade, sendo 326 homens e 269 mulheres.

Ao todo 16 empresas situadas neste porto atuaram exclusivamente nesse ramo, e a chegada de navios negreiros ao Porto era ansiosamente aguardada pela população e compradores que queriam garantir os melhores negros escravizados.

São Mateus como berço da escravidão preserva até hoje comunidades quilombolas.

 Por volta de 1874 o estado foi o primeiro a receber uma grande quantidade de imigrantes italianos, que em busca de mudanças e de fugir do cenário político caótico na Itália.

Curiosidades sobre São Mateus

A cidade, como uma das mais antigas do país, possui suas peculiaridades e curiosidades.  Uma delas é que um dos pontos turísticos mais famosos de São Mateus são as ruínas da Igreja Velha. Porém, muitas pessoas não sabem que a igreja nunca chegou a funcionar de fato.

A construção, que começou no século XIX, nunca chegou a ser concluída.

Outro fato interessante é que além do feriado de aniversário da cidade em 21 de setembro, a cidade possui feriado municipal o dia 27 de dezembro, dia de São Benedito, em devoção dos descendentes de escravizados.

Houve uma época em que a farinha e a escravidão sustentavam luxos e movimentavam o sociedade nos casarões onde hoje é o bairro Porto. 

Pouca gente sabe, mas São Mateus pertenceu à Bahia por 59 anos e fez parte da Capitania de Porto Seguro até a primeira metade do século XIX.

Outro fato interessante é que no Museu Municipal, que está instalado em um sobrado do século XVIII, podem ser encontradas diversas peças arqueológicas de vários lugares da cidade, como urnas funerárias usadas em sepultamentos indígenas.

Por fim, a 12km do centro da cidade está a Ilha de Guriri, que além de praias de água morna está a famosa Casa de Cabeça para Baixo, que tem atraído muitos curiosos. A curiosa casa foi construída por um pedreiro aposentado atraindo diversos turistas para fazer visitação ao local.

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3 comentários

Municípios brasileiros que possuem línguas co oficiais - Simplifica Já 3 de março de 2023 - 19:11

[…] disso, no Brasil existe uma grande diversidade de línguas indígenas, hoje reconhecidas como idiomas co oficiais, o que garante aos povos indígenas documentos oficiais […]

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Municípios brasileiros que possuem línguas co oficiais - AAFIRP 4 de março de 2023 - 03:59

[…] disso, no Brasil existe uma grande diversidade de línguas indígenas, hoje reconhecidas como idiomas co oficiais, o que garante aos povos indígenas documentos oficiais […]

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Origem do nome: por que Taubaté se chama Taubaté? - AAFIRP 7 de março de 2023 - 02:11

[…] da origem exata do nome Taubaté, é certo que a região era habitada pelos índios Guaranis muito antes da chegada dos colonizadores portugueses. Com a chegada dos portugueses, a […]

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