O Rio de Janeiro acaba de ser reconhecido como a única cidade brasileira entre as 100 melhores do mundo para caminhar, segundo o ranking da empresa de tecnologia de mobilidade Institute for Transportation and Development Policy (ITDP), divulgado pelo jornal O Globo em 14 de maio de 2025. O estudo analisou fatores como densidade populacional, acesso ao transporte público, diversidade de usos do solo e qualidade das calçadas. O Rio ficou na 98ª posição, ao lado de cidades como Paris, Londres e Bogotá.
Esse reconhecimento tem grande importância para gestores públicos e auditores fiscais. Ele mostra como políticas urbanas focadas em mobilidade sustentável contribuem para a construção de cidades inteligentes. Além disso, caminhar é uma forma acessível de locomoção, impactando diretamente na saúde da população e na redução de emissões. Municípios que investem na caminhabilidade tendem a oferecer melhor qualidade de vida e serviços mais eficientes.
Mobilidade ativa é pilar de cidade inteligente
A caminhabilidade é um dos principais indicadores de desenvolvimento urbano. O estudo do ITDP destaca que cidades com boas condições para caminhar geram mais conexões sociais, movimentam o comércio local e reduzem a dependência de carros. No Rio de Janeiro, bairros como Copacabana, Botafogo e Centro apresentam bom desempenho nesse quesito. Eles combinam infraestrutura de calçadas, transporte público acessível e variedade de serviços próximos.
Segundo a Pesquisa Nacional de Saúde (PNS/IBGE 2023), 38% dos moradores da capital fluminense caminham como principal meio de deslocamento diário. Isso mostra que investir em infraestrutura urbana para pedestres é atender uma demanda já existente. Além disso, a Organização Mundial da Saúde recomenda que cidades incentivem a caminhada como forma de combater o sedentarismo e melhorar a saúde coletiva.
Rio de Janeiro inspira outros municípios brasileiros
O exemplo do Rio de Janeiro pode ser adaptado por cidades de diferentes portes. Mesmo municípios menores podem adotar políticas públicas que valorizem o pedestre. Entre as ações estão o alargamento de calçadas, instalação de faixas elevadas e arborização urbana. Essas medidas contribuem para a criação de cidades inteligentes, mais seguras e humanas.
Segundo o Relatório Global de Cidades 2022, da ONU-Habitat, o futuro das cidades passa pela mobilidade ativa. E o Brasil ainda tem muito a avançar. A maioria das cidades médias e pequenas não conta com plano diretor voltado à caminhabilidade. O Rio, ao investir nesse caminho, posiciona-se como referência no cenário nacional e internacional.
Caminhabilidade impulsiona economia local
Outro benefício direto da caminhabilidade é o impacto na economia urbana. Segundo estudo da University College London (2021), ruas mais caminháveis aumentam em até 30% o faturamento do comércio de bairro. No Rio de Janeiro, a revitalização da Orla Conde e do Boulevard Olímpico são exemplos de como projetos urbanos podem transformar regiões inteiras. Esses locais hoje são pontos de encontro, cultura e negócios.
Cidades inteligentes entendem que mobilidade não se resume a carros. Ao valorizar o pedestre, o Rio mostra que caminhar pode ser não só uma escolha pessoal, mas também uma estratégia pública. Gestores municipais podem, a partir desse exemplo, revisar suas prioridades e planejar espaços mais conectados com as pessoas.
