Nosso país é o maior investidor em empresas de tecnologia educacional. Esses investimentos chegam com intensidade e popularização de novas ferramentas como a ferramenta ChatGPT nas escolas.
Para o professor Seiji Isotani da Universidade de São Paulo em São Carlos e professor visitante em Havard, nos Estados Unidos, em relação à adaptação ao contexto do uso da ferramenta ChatGPT, “Nunca é solução banir das escolas, pois é uma tecnologia que vai permitir maior produtividade, capacidade de processar informação e criação”, afirma o especialista. Ele defende que a inteligência artificial deve ser utilizada no processo de aprendizagem e não para fazer colas eficientes para provas e trabalhos.
Atualmente, com a evolução tecnológica, a sociedade está passando por grandes mudanças. Essa junção de novas tecnologias e inovadores modelos de aprendizagens, mostra que estamos diante de importantes desafios, em adequar as imponentes ferramentas tecnológicas nas realidades regionais e ao modelo pedagógico brasileiro.
O Brasil com esses avanços dos últimos anos, já está em condições de ser um dos líderes na tarefa de referenciar com nossas tecnologias de ensino, mostrando caminhos para outros países em desenvolvimento. No país, o cenário revela um setor educacional de oportunidades, para investidores, por meio do empreendedorismo. Entre as maiores oportunidades para empreender na área educacional, especialistas apontaram inovações em estratégias de ensino como a gameficação, ensino com currículo focado para competências socioemocionais e suporte tecnológico para instituições de ensino tradicionais.
Adequação das tecnologias para realidades regionais
De acordo com o professor Seiji Isotani “O país tem boas iniciativas nessa área da tecnologia educacional, mas patina em questões básicas de estruturação de projetos pedagógicos, algo que pode ser melhorado com o uso da tecnologia”. Para Seiji, um dos problemas que dificultam é “Tentar importar tecnologias de outro continente e esquecer que elas não funcionam no contexto do Brasil”. É necessário ter capacidades de criar tecnologias pensando no Sul global. Segundo ele, o Brasil tem condições, capacidades intelectuais e de recursos de se tornar uma grande potência em tecnologia educacional.
Segundo afirma o professor Seiji Isotani, o Brasil possui ótimas iniciativas em tecnologias educacionais, e vem chamando a atenção. Uma dessas experiências está relacionada ao Plano Nacional de Recuperação da Aprendizagem. Nesse trabalho, utilizando ferramenta tecnológica, o governo conseguiu levantar importantes dados sobre crianças, que tiveram dificuldades de voltar para escolas, após a pandemia. Além disso, nessa pesquisa, também foram detectados problemas de saúde emocional, e outras situações relacionadas com a evasão escolar. Experiência que foi observada como muito positiva pelo Banco Mundial.
Outro relato importante feito pelo professor Seiji, referente às ferramentas tecnológicas, é o investimento para estruturar a rede de inovação para educação hibrida, que deve criar 56 polos no Brasil, capacitando professores e gestores da área educacional.
Maiores investimentos em tecnologias educacionais no país
O investimento de capital privado em soluções tecnológicas em educação registrou crescimento seis vezes mais no Brasil e nas outras nações. O investimento em empreendedorismo na educação só tem aumentado. Em relação às etapas educacionais, o ensino superior foi apontado, como o que recebe maior investimento no Brasil, com 38% dos recursos injetados em edtechs, que propiciam graduação em algum nível ou soluções tecnológicas para instituições de ensino tradicionais.
Os dados, obtidos pelo estudo de Tecnologia Educacional na América Latina e no Caribe, publicado pelo Banco Interamericano de Desenvolvimento – BID, fez com que a instituição classificasse o Brasil, como o maior e mais maduro ecossistema de tecnologia educacional da região.
A educação básica é o segundo setor que recebe maior investimento, com 30% dos financiamentos. Empresas voltadas para capacitação de força de trabalho (31%) e pré-escolas (1%) são os outros setores que recebem investimento de capital privado.