Os avanços da tecnologia foram fatores que desencadearam diversas mudanças na forma de viver das pessoas e com a questão da mobilidade urbana não foi diferente. O surgimento dos aplicativos de transporte revolucionou um cenário antes dominado por serviços tradicionais ao se tornar uma alternativa mais rápida e muitas vezes mais econômica para a locomoção.
Inicialmente o serviço que antes parecia nada viável de dar certo, aos pouco foi ganhando espaço e hoje através de um smartphone é possível conectar motoristas a passageiros.
E isso torna aplicativos como o Uber, uma alternativa de transporte principalmente em locais onde o transporte público é ineficiente.
Uma das questões mais polêmicas sobre o Uber é o fato de que as prefeituras do país alegam que esse aplicativo representa uma concorrência desleal aos ônibus, trens e táxis.
Afinal, os aplicativos oferecem um serviço de compartilhamento de viagens em carros com um preço bem abaixo dos meios de transporte convencionais.
A tecnologia na mobilidade urbana
Nos últimos 20 anos, vivemos a transformação do mundo para um espaço mais conectado, com distâncias percorridas em menor tempo e as comunicações instantâneas.
Uma pesquisa da FGV de 2020, mostrou que o Brasil ultrapassou a marca dos 234 milhões de celulares móveis, representando 1,4 dispositivo portátil por habitante.
Isso afetou inúmeros setores e a partir dessa transformação também novos produtos surgiram e outros tantos foram adaptados em favor das novas tecnologias.
Desde de 2010, celulares que antes eram apenas telefones para realizar ligações, se tornaram pequenos computadores, tornando a população cada vez mais conectada, tornando os smartphones uma ferramenta utilizada diariamente e para diversos fins.
Hoje esses smartphones comportam os mais variados tipos de aplicativos, auxiliando em atividades do cotidiano, revolucionando alguns serviços, e modificando outros por completo em casos como a prática de ir a bancos ou realizar um curso de idiomas.
Essa migração para o tecnológico trouxe, por consequência, uma revolução na mobilidade urbana, mudando o modo como as pessoas se locomovem dentro das grandes cidades.
Através de aplicativos que conseguem definir melhores rotas, sugerir destinos, informar horários, linhas de ônibus, paradas, estabelecimentos e outras séries de informações baseadas na localização, a experiência do usuário é melhorada de modo exponencial.
Uber e a mobilidade urbana no Brasil
No Brasil, os aplicativos de transporte começaram a surgir em 2014, com a chegada da Uber que, imediatamente, já trouxe uma grande discussão sobre esse novo meio de transporte e impactou serviços como os de táxi, causando conflitos e protestos.
A empresa, mesmo sendo classificada como transporte individual sob demanda não possuía regulação do estado, logo, não era um serviço taxado, representando uma concorrência “desleal”, de acordo com os taxistas.
Atualmente 3 empresas atuam a nível relevante como aplicativos de transportes: Uber, 99POP e Cabify, porém outras empresas menores existem também.
A maior controvérsia em relação à Uber é que ela não se considera uma empresa de transporte e sim uma empresa de tecnologia, sendo categorizada então como uma plataforma que conecta motoristas de carros particulares a usuários que pretendem realizar viagens.
A Uber é uma empresa disruptiva, e isso não se pode negar, pois ela trouxe uma inovação revolucionária cujo serviço e suas características de menor preço e menor custo para o consumidor fizeram com que houvesse redução do uso dos serviços prestados anteriormente.
Atualmente os aplicativos de transportes atuam como uma forma de “integração” ao transporte público coletivo, sendo muito utilizados para complementar o transporte público que não atende as demandas de locomoção da população, principalmente em atividades de trabalho e lazer.
Os aplicativos trouxeram novas alternativas principalmente em horários em que o transporte público carece de oferta, como nos horários noturnos e nos finais de semana.
Por fim, os aplicativos de transportes e sua tecnologia revolucionaram os serviços de mobilidade urbana, ao oferecer uma alternativa de transporte aos tradicionais serviços do transporte coletivo.
E também por oferecer um serviço diferenciado e acessível a diferentes níveis socioeconômicos, suprindo a demanda de acessibilidade em diferentes situações do dia a dia.
Ou seja, as alternativas de mobilidade oferecidas pelas tecnologias dos aplicativos são aproveitadas pela população de todas as faixas de renda, melhorando sua mobilidade, e por consequência, sua qualidade de vida.