As mulheres ganham ou perdem com a normalização do trabalho remoto depois da pandemia? Segundo uma palestrante da Conferência, “Recuperação Econômica e Resiliência Sensíveis ao Gênero da Ásia”, organizada pela Universidade de Yale, desenvolvido em parceria com o Banco Asiático, no Japão, “A ascensão da flexibilidade do trabalho, associada ao remoto é uma das soluções para aumentar as taxas de participação da força de trabalho, entre as mulheres na Ásia”, afirmou a especialista no evento. Essa constatação pode servir de indicador da participação feminina e dos avanços nessa modalidade de trabalho.
Trabalho remoto para mulheres possui maior sobrecarga
Certamente esse novo cenário, de trabalho remoto, insere novas características profissionais e de funcionalidades. Também apresenta muitos desafios para as mulheres no mercado de trabalho, pela ampla jornada de responsabilidades, considerando trabalho do lar, família e filhos. Relatório da Fundação Europeia para a melhoria das condições de trabalho e de vida revela que o equilíbrio entre vida profissional e pessoal das mulheres, foi afetado muito mais pelos efeitos gerais da pandemia, do que os dos homens.
Trabalho remoto é solução temporária para reduzir desigualdades salariais
Esse encontro na Ásia debateu os prós e contras do trabalho remoto para as mulheres, ficando claro que essa modalidade é uma solução temporária e não em longo prazo, para a desigualdade de gênero no local de trabalho. Mundialmente as mulheres possuem remuneração 20% menos que os homens.
Considerando essas significativas diferenças no emprego e pagamento, a flexibilidade no trabalho pode ser vista com um ponto positivo da pandemia. Especialmente, quando ajuda as mulheres a equilibrar o trabalho com outras responsabilidades. Entretanto, o trabalho remoto pode ser visto no máximo com um curativo, para um problema mais profundo de desigualdade de gênero.
Trabalho remoto pode trazer prejuízos para carreiras das mulheres?
É possível às mulheres desfrutar dessa nova cultura do trabalho remoto, que permite trabalhar de casa, sem que isso provoque perda da produtividade, ou prejuízos nas carreiras?
Segundo Claudia Goldin, especialista no assunto, as mulheres podem pagar um preço muito alto se optarem pelo trabalho remoto em maior proporção que os homens. “As mulheres farão as reuniões com clientes no Zoom, enquanto os homens irão a Zurique para fechar negócios”, alerta. “Nesse formato hibrido de trabalho as mulheres podem perder promoções, aumentos e bônus. O que aumentaria ainda mais a disparidade salarial de gênero ao longo prazo”, salienta.
Agregados e constantes desafios da Jornada estendida da mulher
Nesse mundo, onde a exigência de cuidados infantis e trabalho doméstico, ainda são vistos como deveres femininos, a desigualdade de gênero persistirá. Nesse contexto existe o acumulo de funções da mulher. Mãe, esposa, dona de casa e profissional. As mulheres são várias em uma, para dar conta de tudo.
Desse modo acabam sendo obrigadas a cumprir uma jornada dupla ou tripla. Elas precisam cuidar da casa, dos filhos, trabalhar e ainda estudar para se manterem competitivas no mercado. Exigência que os homens não sofrem com tanta veemência. Portanto, os desafios permanecem nesse novo tempo, exigindo cada vez mais das mulheres. Contudo, é preciso considerar os importantes avanços obtidos na história da mulher no mercado de trabalho.
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