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Profissionais de Campinas que prestam serviços em diversas áreas adotam, cada vez mais, o empreendedorismo para crescer profissionalmente, sair da informalidade e até vencer a situação de desemprego. Prova disso é que o Microempreendedor Individual (MEI) registrou crescimento de 25% em Campinas no período de um ano.
Dados da pesquisa Global Entrepreneurship Monitor (GEM) apresentados ontem pelo Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) revelam que Campinas conta atualmente com 73.358 MEIs, um volume 25% superior aos 58.771 MEIs existentes na cidade em dezembro do ano passado.
A pesquisa revela que a cidade segue a tendência nacional de crescimento — no Brasil já existem 9,3 milhões de microempreendedores e o crescimento gira em torno também dos 25%.
Cabeleireiros, manicures e pedicures são os MEIs com mais formalizações no município. Ao todo, Campinas contabiliza 6.454 MEIs neste segmento. Na sequência vêm os microempreendedores individuais de promoção de vendas com 3.175 profissionais atuando na cidade, enquanto que profissionais de serviços de entregas rápidas chegam na terceira colocação com 1.598 formalizações.
Pedro Amatuzzi, fotógrafo profissional, disse que o empreendedorismo apresenta muitas vantagens e recomenda aos que ainda estão em dúvida sobre essa opção. “Como microempreendedor consigo desenvolver muitos serviços na área de fotografia porque as empresas idôneas exigem cadastro de pessoa jurídica, emissão de nota fiscal e fazem os pagamentos em contas jurídicas”, explicou. Ele atua na produção fotográfica para revistas, jornais, sites e área de comunicação e marketing em geral.
Amatuzzi destacou outras vantagens. “O profissional é visto com mais respeito pelas empresas, é mais acionado e tudo é feito dentro da legalidade sem que haja um gasto elevado por parte do microempreendedor”, afirmou. “Há uma taxa mensal de aproximadamente R$ 50que representa a previdência e o imposto sobre serviços e a pessoa não precisa gastar com inúmeros impostos como ocorre com o microempresário”, comparou. O fotógrafo lembrou, ainda, que alguns benefícios são oferecidos também, como auxílio-maternidade, auxílio-doença, aposentadoria, entre outros.
Luana Campos deixou de atuar como consultora de vendas e optou também pelo MEI para trabalhar como produtora de eventos em diversas atividades, como atriz, apresentadora em eventos corporativos, mestre de cerimônias, celebrante de casamento, apresentadora em vídeos, publicidade e trabalhos nas áreas de marketing e relações-públicas.
Representou melhoria profissional para ela. “O MEI mudou minha vida para melhor, pois faço o que gosto e posso administrar meu trabalho com flexibilidade de horários. O interessante é que tudo é feito dentro da formalidade, com emissão de notas fiscais e contrato de pessoa jurídica”, afirmou Luana.
A microempreendedora destacou também as vantagens de benefícios como o auxílio-maternidade, o auxílio-doença, aposentadoria, entre outros. “Além disso, o custo é reduzido e o sistema é fácil de ser utilizado. Outra vantagem é que minha renda triplicou, comparado ao que eu recebia como consultora de vendas no passado”, revelou.
Brasil
Os números da pesquisa GEM mostraram também que 38% dos brasileiros em idade produtiva no ano passado estavam envolvidos em algum tipo de atividade entre micro e pequenos empreendedores, representando aproximadamente 52 milhões de pessoas — o segundo melhor desempenho desde 2002.
A pesquisa mostrou também que o empreendedorismo por oportunidade cresceu em proporção ao empreendedorismo por necessidade. Nos últimos três anos, 62% dos MEIs optaram por esta modalidade como sendo uma oportunidade de crescimento profissional, superando os 56% dos MEIs que buscaram a modalidade por necessidade nos períodos da crise econômica de 2014 e 2015.
Carga tributária é reduzida e as contribuições são fixas
A figura do Microempreendedor Individual (MEI) foi criada por meio da Lei Complementar 128/2008, com vigência a partir de julho de 2009, graças ao avanço da Lei Geral da Micro e Pequena Empresa. O MEI é a pessoa que trabalha por conta própria e se legaliza como pequeno empresário.
Mais de 500 atividades podem se formalizar como MEI. Uma vez formalizado, o MEI contribui mensalmente com a Previdência Social e passa a ter acesso a benefícios como auxílio-maternidade, auxílio doença, aposentadoria, entre outros.
Para se enquadrar nas regras é necessário ter atividade permitida, faturar no máximo R$ 81 mil por ano, não ter participação em outra empresa como sócio ou titular e ter no máximo um empregado contratado, que receba o salário mínimo ou o piso da categoria.
O empreendedor tem direito à carga tributária reduzida e faz o pagamento de carnê mensal, com valores fixos durante o ano. Para 2019, esses valores variam, dependendo da atividade, de R$ 50,90 a R$ 55,90.
Fonte: https://correio.rac.com.br/