O Metaverso, muito mais que uma plataforma de jogos e shows imersivos, também possui um potencial gigantesco para expandir a forma como vivemos nossas vidas e, principalmente, a forma como nossas cidades funcionam.
Em novembro de 2021, a cidade de Seul, na Coreia do Sul, anunciou que investirá US$ 3,3 bilhões (3,9 bilhões de won) até o ano de 2030 para se tornar uma cidade metaverso.
Isso na prática significa que será possível desde visitar escritórios a partir do sofá da sua casa, solicitar documentos sem se deslocar até os setores públicos, frequentar salas de aula de modo completamente virtual, ou até mesmo, encontrar pessoas do outro lado do mundo sem sair de casa.
Mas o que é metaverso?
Primeiramente, muitas pessoas acreditam que a ideia do metaverso é uma ideia nova, porém o conceito desse ambiente imersivo surgiu em 1992, no livro de ficção científica Snow Crash, de Neal Stephenson.
Já em 1995, a Active Worlds realizou a primeira tentativa de criar o metaverso em 3D para um jogo interativo.
Por fim, em 2003 foi lançado o “second life”, um ambiente virtual que simula a vida real e social através da interação entre os avatares criados pelos usuários.
A ideia do metaverso até então, nunca havia chegado perto de engrenar, porém agora, devido ao desenvolvimento tecnológico e da velocidade das redes que hoje são capazes de processar uma grande quantidade de informações.
Além disso, a forma como consumimos mudou. A geração “Z” (pessoas nascidas entre 1998/2010) já nasceu conectada à internet, logo, para eles a experiência é fundamental, exigindo processos de venda muito mais imersivos para chamar sua atenção.
Se hoje utilizamos nossos computadores, celulares, relógios para acessar a internet, em breve vamos utilizar óculos, máquinas virtualizadas ou outros equipamentos para acessar o ambiente virtual, aumentando a possibilidade de interação.
Interessante mencionar que quando falamos em metaverso é muito comum que se misture os conceitos de realidade virtual e realidade aumentada. Porém, não são a mesma coisa: enquanto a realidade virtual proporciona ao usuário um ambiente completamente diferente, como por exemplo, o aplicativo do banco, que substitui completamente a sua ida ao banco para realizar as transações.
Já na realidade aumentada, são acrescidos itens virtuais a um ambiente já existente, como por exemplo, o jogo Pokémon Go, que permite a captura de Pokémons pela cidade.
Na realidade aumentada o objetivo é a integração entre o mundo real e o mundo virtual. Através do metaverso será possível conviver, trabalhar, se divertir, socializar e assumir obrigações e ter direitos.
O efeito do metaverso nas cidades inteligentes
Nas cidades Inteligentes, o conceito do metaverso está começando a ir além, e se antes nas smart cities se pensava em simplesmente prover o espaço urbano de sensores eletrônicos para coletas de dados, hoje a representação virtual muito além do 3D, também surge como opção, como no caso dos gêmeos digitais.
Gêmeos digitais são as representações virtuais de objetos físicos, que incluem não só as partes do objeto em questão, mas também todo o seu funcionamento. Outro ponto importante é que o objeto virtual pode ser conectado ao objeto físico.
O metaverso surge no contexto das cidades inteligentes contribuindo na criação do ambiente de uma cidade permitindo não só acompanhar o que acontece, como também simular situações de forma a prever decisões caso as situações se concretizem no mundo real.
Finalmente é importante destacar que no momento, o impacto real dessas tecnologias nas cidades é limitado.
Por ora, cidades inteligentes estão buscando formas de automatizar e monitorar atendimentos, vagas de estacionamento abertas, vagas de jardim de infância, desempenho escolar, ocupação de leitos hospitalares, coleta de lixo, entre outros serviços, de forma a melhorar a qualidade de vida da população.
As possibilidades para as cidades inteligentes são infinitas e quanto mais a tecnologia possa ser incluída facilitando os serviços, melhor a cidade conseguirá suprir as demandas da comunidade num todo.
2 comentários
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