Os prefeitos eleitos neste mês que vão administrar os 295 municípios de Santa Catarina a partir de janeiro do ano que vem deverão contar com boa condição financeira nas prefeituras porque as expectativas são de crescimento econômico após a recessão causada pela Covid-19, este ano. Os números devem ser melhores do que os de 2020 mesmo considerando a segunda onda da doença, que enfrentamos agora. Por isso, o grande desafio dos novos prefeitos é de gestão para melhorar a qualidade dos serviços públicos, em especial a saúde e a educação e, assim, avançar mais no desenvolvimento econômico e social.
Boa gestão fiscal ajuda na reeleição
Ser prefeito na maioria das cidades de Santa Catarina tem sido mais fácil do que na média brasileira porque o estado tem registrado crescimento econômico maior que o do Brasil. Considerando o dado que saiu na semana passada, do Produto Interno Bruto (PIB) de 2018, o estado cresceu 3,7% enquanto o país avançou 1,8%.
Além disso, a arrecadação de ICMS, maior receita da maioria das prefeituras, também tem avançado acima da média nacional. No ano passado, SC registrou crescimento de 11,2% na receita desse tributo enquanto a média do país foi uma alta de 5,92%. Considerando também os tributos municipais como o IPTU e Imposto sobre Serviços (ISS), a maioria das prefeituras tem recursos para a gestão do dia a dia. Só necessitam de financiamentos para grandes obras de infraestrutura.
“Nossos alunos aprendem para a vida”
Por isso, o grande desafio é um salto na gestão para melhorar os serviços essenciais para as pessoas. É preciso desburocratizar, digitalizar e arrumar as cidades, mas educação e saúde são fundamentais. No caso da saúde, prefeitos apontam avanços, mas as reclamações persistem como longas esperas para os atendimentos de baixa e média complexidade e também falta de programas de prevenção. Nessa rubrica é preciso incluir o saneamento básico.
Na educação, também são registradas melhorias no acesso e na qualidade. Contudo, falta muita eficiência no aprendizado para o ensino fundamental e médio quando se compara com outros países. As notas dos estudantes brasileiros de 15 anos no exame internacional de Pisa – o teste da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) que avalia aprendizado em leitura, matemática e ciências – seguem entre as mais baixas das 79 nações que participam da avaliação. No ano passado, a nota maior foi conquistada pela China, que nem é o país que paga os melhores salários aos professores.
A educação de alta qualidade para todos é fundamental para o país poder competir nos mercados interno e externo. A economia brasileira é aberta, centenas de multinacionais de todos os setores disputam o mercado com as empresas locais e também precisa conquistar espaço no mercado internacional.
Existe um consenso global de que desenvolvimento avançado se conquista com educação e saúde de alta qualidade para todos. Por isso é preciso um grande esforço de gestão das prefeituras para preparar melhor os profissionais que prestam esses serviços. Assim, será possível alcançar resultados mais satisfatórios no atendimento e notas mais altas em nível internacional, o que é relevante para o presente e para o futuro.
Fonte: https://www.nsctotal.com.br/colunistas/estela-benetti/maior-desafio-dos-prefeitos-e-avancar-na-qualidade-dos-servicos-de-saude