Falar em inovação no setor público é inovar no discurso, mas não na prática. Afinal, todos sabemos que a máquina pública é movida por modelos tradicionais de gestão, metodologias e práticas administrativas. Não é assim?
Bem, não mais. Desde que o conceito de Nova Administração Pública começou a tomar forma, nos anos 90, o setor começou a ter um novo olhar sobre sua administração. E no que isso resultou? Continue a leitura e entenda!
Inovação no setor público: o começo de tudo
A década de 90 foi de grande evolução em vários campos. A Administração foi um dos que passou por profundas transformações. Qualidade Total, novas tecnologias, internet, globalização… esses foram alguns eventos que ganharam força na década e que mudaram relações de trabalho e hábitos de compras, por exemplo.
O consumidor começava a mudar sua forma de adquirir produtos e serviços. Assim, organizações precisaram se adaptar a esse novo perfil e mudar sua forma de relacionamento com esses consumidores.
Ora, se as pessoas estavam mudando e queriam qualidade em produtos e serviços, isso também se estendia ao atendimento e a outro setor: o público. Nesse setor não há consumidores, mas há o usuário-cidadão, que usufrui dos serviços públicos e é atendido por profissionais de áreas diversas na Administração Pública.
A inovação no setor público não aconteceu somente na qualidade do atendimento. Na verdade, o setor adota ferramentas, metodologias e práticas administrativas dos novos modelos de gestão da iniciativa privada em vários contextos, setores e processos.
Design Thinking
Design Thinking é um conceito que tem sido amplamente utilizado nos setores privado e público. De forma resumida, Design Thinkink é um conjunto de ideias que ajudam a solucionar problemas complexos.
No setor público, tem o objetivo de servir melhor as pessoas, pensar antes na experiência do usuário-cidadão e não no sistema e suas limitações, como era o modelo tradicional.
Há, inclusive, materiais desenvolvidos pela Escola Nacional de Administração Pública – ENAP, com esse tema. O objetivo é ajudar nos desafios da gestão pública a fim de alcançar resultados satisfatórias e melhorar os inúmeros processos do setor.
Metodologias ágeis
Metodologias ágeis são todos os métodos que auxiliam no gerenciamento de processos e atividades.
Nas organizações públicas ajudam a otimizar o trabalho de setores ou equipes e fazê-los alcançar resultados como melhor experiência do usuário, além de ajudar a economizar recursos.
Um exemplo de metodologia ágil é o Kanban, que usa cartões para indicar os fluxos de produção ou trabalho. Foi esse método que inspirou ferramentas como o Trello, o MeisterTask, o Runrun.it e outros.
Governo Eletrônico
O governo eletrônico – ou e-gov – não é nenhuma novidade, mas sua implementação foi uma das maiores inovações na gestão pública.
O sistema promove a prestação de serviços online ao cidadão, assim como a disseminação de informações diversas sobre atividades do setor por meio de portais governamentais.
Esse sistema é importante em situações ordinárias, mas mostra todo seu potencial em situações extraordinárias, como a que vivemos desde março, de pandemia.
Há, inclusive, uma metodologia desenvolvida pelas Nações Unidas que mede a eficiência do governo eletrônico de todos os países membros da ONU. É avaliada a eficácia na prestação de serviços públicos.
Em 2018, o Brasil subiu sete posições e ficou em 44° lugar. Ou seja, nosso setor público está avançando na prestação de serviços à população.
Fonte: https://www.educamundo.com.br/blog/inovacao-setor-publico