Caso das enchentes no Rio Grande do Sul: como criar cidades mais resilientes?

por Grupo Editores Blog.

As chuvas que atingiram o estado do Rio Grande do Sul acenderam uma nova discussão: como podem as cidades desenvolver estratégias eficazes para minimizar os danos durante calamidades públicas?

Até o momento desta publicação, foram registrados 83 óbitos, com 364 dos 497 municípios gaúchos afetados pelas enchentes.

Além disso, segundo dados da Defesa Civil do Estado, cerca de 129 mil pessoas foram obrigadas a deixar suas residências, e aproximadamente 20 mil estão alojadas em abrigos temporários.

Para ilustrar a gravidade da situação, o Lago Guaíba, situado na capital Porto Alegre, encontra-se mais de cinco metros acima de seu nível normal, ultrapassando a marca de quatro metros acima do que é considerado seguro. 

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Em especial, esses dados não apenas destacam a urgência de uma resposta, como também reforçam a necessidade de uma estratégia de longo prazo para a construção de cidades mais resilientes. Neste contexto, é benéfico olhar para exemplos internacionais onde urbanizações implementaram medidas eficazes para lidar com adversidades climáticas.

Roterdã, nos Países Baixos, é um exemplo notável de gestão eficaz das águas. Com 90% de seu território situado abaixo do nível do mar, a cidade enfrenta desafios significativos de inundação. Para mitigar esses riscos, Roterdã construiu um estacionamento subterrâneo que também funciona como uma cisterna gigante.

Especialmente, esse sistema não apenas amplia o espaço para estacionamento, mas também oferece uma proteção essencial contra inundações.

Japão também sofre com inundações

O Japão, por sua vez, está entre os países mais bem preparados do mundo para enfrentar desastres, posicionando-se no top 20% do mundo de acordo com um relatório da Fundação Lloyd’s Register.

Vale destacar que o arquipélago japonês, localizado ao longo do Anel de Fogo do Pacífico, está sujeito a frequentes desastres naturais. Essa região, onde várias placas tectônicas se encontram, é propensa a terremotos, tsunamis e erupções vulcânicas, tornando o Japão particularmente vulnerável a esses fenômenos.

Assim sendo, as inundações representam mais de 70% dos desastres naturais e climáticos no país. Diante da limitação de espaço terrestre, foram desenvolvidos sistemas subterrâneos de controle de enchentes. Esses sistemas, que se estendem por dezenas de metros abaixo do solo, incluem reservatórios e túneis que funcionam em conjunto com barragens e diques para prevenir o transbordo dos rios durante períodos de chuva intensa.

Além do mais, na província de Saitama, uma complexa rede de túneis de concreto e poços foi construída para mitigar o risco de inundações maiores. Em situações de tempestades extremas ou tufões, esse sistema é essencial para a proteção da capital, Tóquio.

O Rio Grande do Sul pode usar como parâmetro o exterior, ajustando estratégias a sua própria geografia para desenvolver sistemas que minimizem os danos causados por enchentes e outros eventos naturais. Com isso, é possível potencializar a segurança e o bem-estar de suas comunidades.

 

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