As redes de telecomunicações estão passando por uma mudança silenciosa, mas profunda. A virtualização do núcleo das redes e a migração da computação para a borda (edge) abriram o caminho para uma nova era. Essa revolução foi tema central no MWC 2025, onde o executivo da Intel, Sachin Katti, apontou o edge computing como a base da próxima transformação tecnológica. A união entre inteligência artificial e borda da rede é o que promete dar vida às chamadas cidades inteligentes.
Esse avanço não se limita à velocidade ou à eficiência da rede. Ele redefine como dados são processados, interpretados e usados. Em vez de depender de centros de dados distantes, a lógica do edge computing é processar informações perto da fonte. Isso permite respostas rápidas, menor latência e maior segurança, fatores decisivos para serviços públicos, transporte, saúde e segurança nas cidades inteligentes.
Edge computing e IA: combinação que transforma a gestão pública
O conceito de edge computing ganha ainda mais força quando aliado à inteligência artificial. Durante o MWC, foi mostrado como aeroportos já operam com câmeras inteligentes e modelos de linguagem em tempo real na borda da rede. Essa tecnologia pode ser aplicada facilmente por gestores públicos. Um sistema de câmeras em uma cidade inteligente pode identificar riscos, gerenciar o trânsito e até prevenir crimes sem depender de um data center remoto.
Esse modelo traz também economia. Em vez de investir em grandes estruturas, as cidades podem aproveitar o que já existe, instalando plataformas programáveis e escaláveis. Prefeitos e auditores fiscais devem prestar atenção nisso: é possível modernizar sem estourar o orçamento. Com edge computing, os dados são tratados localmente, o que também reduz custos com banda e armazenamento em nuvem.
Cidades inteligentes precisam de redes descentralizadas
Uma cidade inteligente depende de decisões rápidas e seguras. Sem uma infraestrutura ágil, sensores e sistemas conectados não funcionam com eficiência. O edge computing permite que escolas, hospitais, semáforos e repartições públicas operem com inteligência, mesmo em locais com conectividade limitada. Isso garante que a transformação digital atinja não só as capitais, mas também municípios menores.
Para os gestores municipais, o recado é claro: o futuro da administração pública passa pela descentralização digital. Processar dados na borda significa mais controle, privacidade e autonomia. Em vez de esperar a resposta da nuvem, a cidade age no momento certo, com base em dados reais, coletados e analisados localmente.
Infraestrutura aberta acelera a inovação
Outro ponto destacado no evento foi a importância de plataformas abertas e compatíveis. A Intel defende que a inovação só será possível se empresas e governos adotarem padrões comuns. Isso facilita a adoção de edge computing em diversos setores públicos, sem depender de soluções caras e exclusivas. Para cidades inteligentes, isso significa liberdade para escolher fornecedores e adaptar sistemas conforme suas necessidades.
Com plataformas abertas, a administração pública ganha mais agilidade. Pode testar novas soluções, integrar serviços e escalar aplicações conforme a demanda cresce. Essa flexibilidade é essencial para quem quer transformar o município em uma cidade inteligente de verdade.