Cidades inteligentes: o que sua prefeitura precisa fazer ainda este ano

por Gabriela Velvetcomunicacao

A discussão sobre cidades inteligentes tem ganhado espaço entre prefeitos, auditores fiscais e gestores públicos. A transformação digital é um caminho sem volta, e as administrações que não acompanharem essa evolução podem ficar para trás. Segundo a pesquisa Connected Smart Cities 2024, realizada pela Urban Systems, apenas 15% dos municípios brasileiros estão em estágios avançados de digitalização e integração de dados.

Investir em cidades inteligentes vai além da tecnologia. Envolve planejamento urbano, mobilidade, segurança, saúde e participação cidadã. O Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA) aponta que municípios com soluções inteligentes em gestão pública conseguem reduzir em até 30% os custos operacionais. Isso significa mais eficiência com menos recursos, algo essencial em tempos de orçamento apertado.

Digitalização dos serviços é passo essencial para cidades inteligentes

A primeira medida concreta que sua prefeitura deve adotar é a digitalização dos serviços. Emitir documentos online, oferecer agendamentos digitais e criar canais de atendimento por aplicativo são ações básicas. O Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) afirma que cidades com serviços públicos digitais aumentam em 25% a satisfação da população com a gestão municipal. Além disso, reduzem o tempo de espera em até 40%.

Outra vantagem é a transparência. Quando o cidadão tem acesso fácil a informações, como gastos públicos e licitações, há menos espaço para erros e desvios. Isso fortalece a confiança na administração e contribui para uma gestão mais eficiente.

Planejamento urbano precisa considerar dados e conectividade

Para evoluir como cidades inteligentes, os municípios devem usar dados para planejar o futuro. Isso inclui informações sobre tráfego, densidade populacional, uso do solo e iluminação pública. A Empresa Brasileira de Pesquisa e Inovação Industrial (EMBRAPII) defende o uso de sensores conectados à internet para monitorar o funcionamento da cidade em tempo real.

Com essas informações, é possível ajustar a coleta de lixo, regular o transporte público e melhorar a segurança em áreas mais vulneráveis. Um exemplo citado no relatório do Connected Smart Cities 2024 é o de Campinas (SP), que usa sensores para ajustar a iluminação conforme o fluxo de pedestres e veículos, economizando energia e aumentando a segurança.

Cidades inteligentes: capacitação dos servidores garante continuidade dos projetos

Não adianta investir em tecnologia se os servidores não estiverem preparados. Cidades inteligentes exigem equipes treinadas para lidar com novas plataformas, dados e formas de atendimento. A Escola Nacional de Administração Pública (ENAP) oferece cursos gratuitos para ajudar os municípios nesse processo.

Além disso, uma equipe qualificada evita desperdícios e garante que as soluções adotadas realmente funcionem. A gestão inteligente começa pelas pessoas que fazem a máquina pública girar todos os dias.

Integração regional pode acelerar a transformação digital

Outro ponto importante para cidades inteligentes é a cooperação entre municípios. Criar consórcios intermunicipais para compartilhar tecnologias e boas práticas pode reduzir custos e acelerar resultados. A Frente Nacional de Prefeitos (FNP) defende essa união como caminho viável para cidades pequenas que, sozinhas, não conseguiriam implantar soluções mais robustas.

Essa integração também facilita a implantação de sistemas de mobilidade regional, como transporte intermunicipal digitalizado e plataformas únicas de gestão. Quando os municípios atuam juntos, o impacto das políticas públicas é maior e mais eficaz.

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