Como o Brasil pode aproveitar a demanda do setor de Inteligência Artificial?

por Grupo Editores Blog.

Com a ascensão dos modelos de Inteligência Artificial, diversos países estão se esforçando para acompanhar o ritmo da evolução, especialmente os Estados Unidos e a China.

O Brasil, por sua vez, está perdendo investimentos de grupos europeus para o Paraguai, que está expandindo centros de dados para suportar o avanço da inteligência artificial usando fontes renováveis, de acordo com uma matéria do Valor Econômico.

Esse sinal foi dado por Marco Aguiar, diretor-executivo de vendas corporativas da Nvidia na América Latina, em entrevista ao jornal durante o evento de inovação Web Summit Rio 2024, que vai até quinta-feira, dia 18 de julho, no Riocentro.

Empresa é dominante no setor de Inteligência Artificial

A Nvidia, empresa em que Aguiar trabalha, atua na fabricação de unidades de processamento gráfico e tem se destacado como protagonista no fornecimento de capacidade computacional para atender à crescente demanda de processamento gerada pela IA. A matéria contextualiza que a Nvidia detinha 83% do mercado de chips de processamento em 2023.

“Temos recebido solicitações de empresas europeias que investem em data centers no Paraguai, onde os impostos de importação são reduzidos e há uma proximidade com a [usina hidrelétrica de] Itaipu”, comentou.

O texto explica que os centros de dados são grandes consumidores de energia. “O Brasil poderia tirar vantagem desse movimento, revisando certos impostos para incentivar as empresas a virem para cá. Esse é o grande passo”, expressa.

Supercomputadores e data center no Brasil

Simultaneamente, a fabricante também está ampliando a oferta de capacidade computacional para instituições de pesquisa no Brasil, com a previsão de entregar um segundo computador a um instituto de pesquisa brasileiro nos próximos meses. Desde 2015, o primeiro supercomputador da empresa, apelidado de Santos Dumont, atende ao Laboratório Nacional de Computação Científica (LNCC), em Petrópolis (RJ).

Além disso, a proposta da Nvidia é criar uma data center para instituições de pesquisa brasileiras. “Por que não centralizar esse processamento e entregar para as universidades de todo o país de maneira remota? É muito mais efetivo e menos custoso para o país”, aponta Aguiar. Ainda por esse ângulo, comenta que “há vários órgãos do governo interessados nisso.”

Atuações da Nvidia, concorrência e produção de chips de Inteligência Artificial

A Nvidia, além de comercializar seus chips para grandes provedores de nuvem como Google, Microsoft e Amazon, e para centros de dados locais focados em serviços com GPUs, está investindo nas indústrias biofarmacêutica, de robótica e de gêmeos digitais.

No que diz respeito ao processo de fabricação, a empresa produz seus chips exclusivamente por meio da taiwanesa TSMC. A TSMC, juntamente com concorrentes como Intel, AMD e Samsung, está anunciando grandes projetos de produção de chips nos Estados Unidos.  Segundo a matéria, esses investimentos ultrapassam US$ 200 bilhões, com o governo dos Estados Unidos fornecendo subsídios de US$ 53 bilhões

Agora em relação ao lançamento de chips próprios para IA por clientes da Nvidia, com enfoque da matéria em Google e Microsoft, Aguiar percebe isso com naturalidade. 

“Até a presenta data, somos a única empresa que desenvolve plataformas de software e hardware compatíveis com todos os provedores de nuvem”, comenta Aguiar. 

“Nenhuma empresa quer ficar tão dependente da outra. E isso mostra o valor que esse mercado tem e o quanto já estávamos focados no setor, que para eles é um novo negócio para uso próprio”. 

 

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