Muitas pessoas ainda não ouviram falar sobre o termo “Black Money”, mas esse conceito só tem crescido. Polêmico, revolucionário e disruptivo, esse movimento traz novas perspectivas sobre a forma como consumimos, afinal é preciso que pensemos: Para quem estamos dando nosso dinheiro?
O termo Black Money ganhou destaque primeiramente nos Estado Unidos, apesar de existir há bastante tempo. Surgido no século XX, o conceito ficou conhecido através de Marcus Garvey, um jamaicano famoso por ser um dos nomes mais relevantes do ativismo negro no mundo.
Uma das filosofias que Garvey defendia era de que a comunidade negra deve investir mais em si e gerar suas próprias riquezas, fortalecendo sua comunidade e aumentando a visibilidade dos negros em todos os segmentos da sociedade.
Durante muito tempo o mundo dos negócios foi ocupado predominantemente por pessoas brancas, que eram maioria tanto nos novos empreendimentos quanto nos grandes cargos.
Porém, nos últimos anos temos visto esse cenário mudar através do movimento Black Money.
Pessoas negras ainda possuem menos oportunidades
Dados do IBGE mostram que os negros representam 54% da população do Brasil.
No entanto, mesmo compondo a maioria da população, pessoas negras ainda são minoria nas faculdades e nas empresas.
Devido a questões como a desigualdade social ou preconceito racial, o crescimento profissional e financeiro das pessoas negras acaba sendo limitado.
A ideia do movimento Black Money é justamente propagar a diversidade e inclusão, fortalecendo a circulação de recursos financeiros entre a comunidade negra.
De acordo com o relatório do Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome, publicado em 2011:
- 70,8% das pessoas que vivem em situação de extrema pobreza no Brasil são pretas ou pardas.
Além disso, uma pesquisa do IBGE de 2018 mostrou que:
- 68,6% dos cargos gerenciais são ocupados por brancos;
- 29,9% são ocupados por pretos ou pardos;
- O rendimento médio mensal de pessoas brancas é de R$2.796;
- Já a renda média mensal de pessoas negras é de R$1.608.
Como funciona o movimento Black Money
A desigualdade racial é um dos principais desafios da nossa sociedade.
Um levantamento do IBGE mostrou que:
- Pessoas negras formam 75% da população mais pobre do país;
- E 10% da população brasileira com menor renda per capita há o triplo de negros em relação ao grupo de 10% com maior renda per capita;
- Negros e pardos ocupam menos de 30% dos cargos gerenciais nas empresas brasileiras;
- E ganham 42,5% menos do que os brancos.
Foi nesse contexto social que o termo Black Money, que significa ‘’Dinheiro Negro’’, é um dos movimentos mais necessários para a comunidade negra.
O movimento visa retirar a concentração de renda das mãos das pessoas brancas, promovendo a distribuição desse dinheiro entre as pessoas negras e pardas.
Para que isso seja viável, existe então o estímulo à contratação de pessoas para todos os níveis de cargo, além do fortalecimento dos empreendedores negros e o incentivo ao consumo de produtos e serviços oferecidos por negros.
No Brasil, o movimento ganhou força através de Nina Silva, mentora de negócios, escritora e especialista em Transformação Digital.
Nina é considerada uma das 20 mulheres mais poderosas do país.
Seu projeto possui três pilares fundamentais:
- Comunicação;
- Educação;
- Geração de negócios pretos.
A partir desses três pilares se pode criar uma comunicação assertiva com essa comunidade, e educá-la sobre a importância de empreender.
O objetivo é construir uma cadeia produtiva com a população negra sendo dona dos seus meios de produção.
Existem diferentes formas de incentivar o Black Money. Sendo a principal, adotando a prática de contratação de funcionários negros em todos os departamentos da empresa, principalmente em cargos executivos e gerenciais.
Por fim, outra forma de incentivar o movimento contratar empreendedores negros como parceiros e fornecedores para o seu negócio e investir produtos desenvolvidos ou vendidos por pessoas negras.