O DESTINO DA OPERAÇÃO LAVA JATO À LUZ DOS DITADOS POPULARES BRASILEIROS.

por Grupo Editores Blog.

A cultura popular brasileira na época colonial lapidou um ditado que, infelizmente, aplica-se no momento atual brasileiro: “AQUELE QUE ME SUCEDE NA GESTÃO PÚBLICA ME TORNARÁ GRANDE“.

 

E aí o leitor pergunta-se: porque isso? Por que sempre o governador geral posterior conseguia superar o anterior em número de escândalos, em casos de nepotismo, corrupção e tantos outros feitos que são censurados publicamente por qualquer país que se classifica como civilizado.

 

Este é o estigma da república brasileira. Mas aí surge no mar de heróis e vilões “tupiniquis”, um JUIZ FEDERAL que, por acidente da distribuição processual, acaba à frente da condução dos processos que promete mudar o cenário nacional, tornando-se divisor de águas na nossa história. Esse juiz afirma que a história brasileira será classificada em antes e depois da OPERAÇÃO LAVA JATO.

 

A “Operação Lava Jato” lapidou e forjou no espírito nacional a esperança de avanço no sentido de colocar em prática o que diz a Constituição Federal desde 1988: “Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza…”

 

O juiz federal Sérgio Moro mostrou-se alinhado nesse princípio, aplicando penas de acordo com a lei, sem se atentar com os status sociais das pessoas evolvidas nesse processo.
Mas, como diz um ditado sempre atual em nossa cultura: ” TUDO QUE É BOM DURA POUCO“.

 

E assim começa o movimento contrário do sistema político. Como verdadeiros enxadristas, os afetados de todas as cores ideológicas político-partidárias começam a lenta e gradual marcha de desmobilização da “OPERAÇÃO LAVA JATO”. Num verdadeiro movimento de “xeque mate”, exteriorizado no discurso de guerra entre poderes, feito por muito parlamentares, nas ações de ministros do STF, acobertando caciques de partidos mais azulados, tudo e mais um pouco, começa a mostrar que nosso país passou por um ponto fora da curva e retorna a sua tradição na gestão pública e assinale a máxima do eterno país do futuro, mas do futuro que nunca chegará.

 

O Padre Vieira em seus discursos demonstrava tanto essa tradição. A tradição dos abusos, proteções, conchavos e auxílios aos amigos e apara eles “AS BENESSES DA LEI”, enquanto os inimigos ganhavam somente “OS RIGORES DA LEI“.

 

Caminhamos para retomar o caminho “natural” brasileiro, onde a elite do país, amplamente ocupante das funções políticas brasileiras, é adjetivada de honesta e proba, faz tudo que pode e não pode para se beneficiar do sistema, e segui incólume como se ungidos pela impunidade fossem. Quanto tempo termos que sangrar apara entender que não importa o quão alto se esteja, ainda assim a lei estará acima? (parafraseando o juiz Sérgio Moro, na sentença do ex-presidente da República Luís Inácio Lula da Silva – ‘não importa o quão alto você esteja, a lei ainda está acima de você’ – uma adaptação livre de ‘be you never so high, the law is above you’)

 

Só o tempo nos mostrará, mas as vezes temos a impressão que tudo isso será mais um capítulo de nossa história, marcado por mensalões, dinheiro em mala ou cueca, “Fiat Elba” e tantos episódios que ingressaram nas histórias nacionais.

 

Sábias palavras de RUI BARBOSA que ao defensor da queda da Monarquia, disse, no final da primeira década do século XX, que nós havíamos instituído não a REPUBLICA e sim a “REPRIVADA”, diante de tantos casos de corrupção e desvio do dinheiro público que ocorria em sua época.

 

Frederico Castro.

Gestor público e leitor do blog.

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