Como o Brasil se beneficia com o alto índice de conectividade da população.

por Grupo Editores Blog.

 

O brasileiro é super conectado; passa mais tempo on-line que os usuários de países desenvolvidos como Estados Unidos e da Europa. É o que mostra o estudo “Panorama da Transformação Digital no Brasil“, realizado pelo BrazilLAB em parceria com a Fundação Brava e o Center for Public Impact.

 

Segundo o relatório, os cidadãos entre 16 e 64 anos que acessam a rede gastam, em média, nove horas diárias no mundo virtual, atrás apenas da Tailândia e das Filipinas. O fato é que o Brasil dispõe de condições para isso. Temos uma boa cobertura de internet; dados das empresas de telecomunicações mostram que 94% dos brasileiros estão em municípios com 4G, e 100% da população têm pelo menos uma rede 2G à disposição.

 

Mais: o custo da internet é relativamente baixo, se comparado ao de outros países. O brasileiro paga, em média, US$ 3,50 pelo gigabyte de internet para celulares, valor muito menor que o cobrado no México (US$ 7,38) e nos Estados Unidos (US$ 12,37), de acordo a pesquisa “Global Mobile Data Price“, feita pelo site Cable.co.uk em parceria com a consultoria britânica BVA BDRC.

 

As atividades mais populares, segundo a pesquisa, são as relacionadas à comunicação, como o envio de mensagens e acesso a redes sociais, seguidas por diversão e compras on-line. O Brasil tem o terceiro maior número de usuários no Facebook, com 130 milhões de contas ativas, e o segundo maior público no Instagram, com 57 milhões de membros ativos. Do total de pessoas que acessam a internet, 95% estão no WhatsApp.

 

Em contrapartida, a busca por conteúdo acadêmico e de conhecimentos gerais ainda é baixo, de acordo com o levantamento.

 

Soma-se a isso a ineficiência dos serviços públicos, que se reproduz no universo digital. Os cidadãos esperam processos simples, rápidos e fáceis de usar, mas não é isso o que acontece, a começar pelo design das páginas governamentais. A versão on-line, muitas vezes, é uma cópia fiel do mundo físico, com navegação difícil e confusa. Assim, a burocracia acaba sendo transferida para o virtual. A cada vez que o usuário acessa um site, precisa criar um login e uma senha diferentes, pois os portais não conversam entre si. Para conseguir determinada documentação, é necessário acessar diversas páginas relacionadas ao mesmo assunto e coletar um dado diferente em cada uma delas.

 

O governo brasileiro tem se empenhado para mudar esse quadro. De acordo com o ranking da ONU, o país figurava em 2018 na 23ª posição no Índice de Serviços On-line, sendo o único da América do Sul a melhorar sua colocação; nove anos atrás, estava em 57º lugar. No setor de segurança, o governo também tem avançado.

 

Em 2014, o Marco Civil da Internet estabeleceu regulamentações básicas quanto ao direito à privacidade, à necessidade de consentimento e à proibição ao compartilhamento de dados de usuários; e no ano passado, a Lei de Proteção de Dados foi aprovada, reforçando ainda mais os requisitos de privacidade, transparência no uso de dados e outros mecanismos de proteção aos cidadãos.

 

O Brasil apresenta ainda um bom desempenho em gratuidade, dados públicos e licenças. Em contrapartida, ainda há muito o que fazer em atividades básicas, como a melhoria das atualizações, formas de download e de leitura por máquinas.

 

No entanto, ainda há uma defasagem nesse quesito. Competências fundamentais para avançarmos nesses pontos, como gestão de privacidade, facilidade de absorver novas tecnologias e capacidade de proteger seus próprios dados são comprometidas, pois uma grande parcela da população carece de educação adequada.

 

Para se ter uma ideia, há cerca de 29% de analfabetos funcionais no país, grupo que deve representar grande parte dos brasileiros que não acessa a internet, já que a atividade envolve leitura e compreensão de textos. Outro gargalo é entre a população idosa: 40% desse público diz que não acessa as redes por falta de conhecimento digital. Entre os jovens de até 19 anos, esse percentual é de apenas 2%.

 

Além do mais, o Brasil urge por formar profissionais em tecnologia.

 

De acordo com dados levantados pelo BrazilLAB, Fundação Brava e Center for Public Impact, 75% das empresas afirmam enfrentar dificuldades para contratar profissionais com as habilidades necessárias. Se a proporção de especialistas na área não crescer, a modernização do país será limitada.

 

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Autora: LETÍCIA PICCOLOTTO.

 

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